Paciente com suspeita de coronavírus tenta morder equipe médica em Curitiba
Paciente com suspeita de coronavírus ataca profissionais de saúde e tenta mordê-los em Curitiba. O homem se recusou a receber tratamento, arrancou o cateter de oxigênio e espirrou seu próprio sangue em toda a equipe médica
Um paciente com suspeita de coronavírus atacou profissionais de saúde em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Curitiba (PR) na manhã desta quarta-feira (8). As informações são do Sindicato dos Médicos do Estado do Paraná (SIMEPAR).
Segundo a denúncia, o paciente com suspeita de Covid-19 deu entrada na UPA e teve material coletado para a realização de teste. Ele recebeu os primeiros atendimentos médicos e permaneceu no local, isolado, em observação.
Instantes depois, a equipe médica informou ao paciente que conseguiu uma vaga para transferi-lo a uma hospital da cidade que cuida de casos de coronavírus.
Ao receber a notícia de que seria transferido, o paciente se levantou e disse que não iria a lugar algum. A equipe de enfermagem tentou acalmá-lo e explicou a importância do tratamento. No entanto, o homem continuou relutante.
Os enfermeiros, então, pediram ajuda para um médico. Neste momento, o paciente se levantou, colocou os sapatos, arrancou o cateter de oxigênio e ficou muito agressivo. As equipes de plantão disseram a ele que não seria prudente sair por conta do risco. Mas o homem respondeu: “ninguém vai me segurar”.
De acordo com os relatos, o paciente tinha sangue pingando em uma de suas mãos por conta da retirada forçada do cateter. Fora de controle, o homem usou a mão ensanguentada para socar o rosto do médico Igor Kazuo Onaka, que ficou ferido.
Em seguida, o paciente começou a balançar os braços para que seu sangue atingisse toda a equipe médica de plantão e os socorristas do Samu.
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Dois guardas municipais finalmente apareceram para conter o homem, que tentou mordê-los. Como não conseguiu morder, o paciente cuspiu na equipe médica e nos guardas enquanto era algemado. Ele foi transferido para o Hospital Evangélico de Curitiba e, até a publicação deste texto, não teve sua identidade revelada.
Nas redes sociais, houve muitas manifestações de indignação. “Que noticia triste! Dr. Igor, profissional muito qualificado e muito preocupado com seus pacientes, não merecia passar por esse tipo de situação”, escreveu um internauta.
“Eu não estou acreditando nisso. O dr. Igor é o orgulho da UPA Sítio Cercado, um médico que faz a diferença na vida dos pacientes e toda equipe de enfermagem e Samu”, publicou outra.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas) informam que já demonstraram ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que seguem todas as normas do Ministério da Saúde para uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), fato comprovado por laudos de inspeção dos Conselhos Regionais de Medicina (CRM-PR) e de Enfermagem (Coren-PR).
A SMS e a Feas reforçam: não há proibição do uso de EPIs para os colaboradores. Pelo contrário: a fundação vai além das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está fornecendo os equipamentos mesmo em situações em que não seriam necessários, segundo o Ministério da Saúde. Por fim, a SMS e a Feas repudiam a agressão ao médico, se solidarizam com a vítima e lamentam a tentativa da entidade que representa os médicos de relacionar a violência à suposta falta de EPIs.
Trata-se de fato ocorrido durante o atendimento a um paciente – um homem de 40 anos com histórico de transtorno mental – que deu entrada na UPA Sítio Cercado na manhã desta quarta-feira (8/4), com sintomas respiratórios, entre eles, dificuldade para respirar, e que recusou a indicação de internamento.