Redação Pragmatismo
Justiça 28/Abr/2020 às 15:18 COMENTÁRIOS
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"Terrivelmente evangélico", novo ministro da Justiça é contra criminalizar as fake news

Publicado em 28 Abr, 2020 às 15h18

Bolsonaro nomeia pastor evangélico para substituir Sergio Moro no Ministério da Justiça. André Mendonça tem ponte com Toffoli, elogiou Lula no passado e se diz contra a "criminalização das fake news". Seu nome ganhou projeção nacional em 2019 após PF montar operação para recuperar seu celular em favela do Rio

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André Mendonça (divulgação)

André Mendonça, 47, nomeado nesta terça-feira (28) como novo ministro da Justiça, tem pós-graduação em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e é pastor na Igreja Presbiteriana Esperança.

O nome de André Mendonça passou a ser mencionado nos bastidores do governo federal desde julho do ano passado. Na época, ele era cotado para virar ministro do STF, e o presidente Bolsonaro chegou a afirmar que indicaria um ministro evangélico para a Corte Suprema.

“Quantos tentam nos deixar de lado nos dizendo que o estado é laico? O estado é laico, mas nós somos cristãos. Por isso meu compromisso: poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Um deles será terrivelmente evangélico”, declarou o presidente em 2019.

Ano passado, o nome de André Mendonça esteve no centro de uma polêmica envolvendo a Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça. A PF montou uma operação para recuperar o celular dele numa favela do Rio.

A corporação chegou a dizer, inicialmente, que o celular era de um delegado da PF, mas depois o próprio então advogado-geral da União comunicou ter perdido o celular, que tinha informações de estado.

Em outubro do ano passado, o novo ministro da Justiça disse que “agora não é hora” de criminalizar as fake news. Filhos de Bolsonaro são investigados por ligação com o compartilhamento de notícias falsas.

O nome de André Mendonça não era o preferido de Bolsonaro para a pasta da Justiça. O presidente queria no comando do ministério Jorge Oliveira, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência e amigo íntimo da família Bolsonaro. O próprio Jorge Oliveira resistiu a suceder Moro e aconselhou o presidente a procurar outros nomes.

Lula e Toffoli

Por indicação do atual presidente do STF, Dias Toffoli, André Mendonça comandou a Advocacia Geral da União (AGU) do governo Bolsonaro. Durante a eleição presidencial de 2018, ele não fez campanha para Bolsonaro.

Seu perfil nas redes sociais revelava mais entusiasmo com a eleição de Marina Silva, então candidata a presidente pela Rede Sustentabilidade.

Em 2002, o novo ministro da Justiça publicou um artigo simpático à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no jornal Folha de Londrina, quando era procurador da União na cidade.

Mendonça não citou o nome de Lula, mas disse que o triunfo “enchia os corações do povo de esperanças” e que as urnas haviam revelado “o primeiro presidente eleito do povo e pelo povo”.

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