Bolsonaro faz 2 exames cardíacos por dia por conta dos efeitos da cloroquina
Banida nos principais países do mundo, incluindo os EUA, a hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada contra o coronavírus. Por outro lado, seus efeitos colaterais são cientificamente atestados. Por precaução, presidente Jair Bolsonaro tem feito exames cardíacos duas vezes ao dia
A hidroxicloroquina teve o uso suspenso na União Europeia e nos Estados Unidos por conta da ineficácia para tratar a Covid-19. Os países asiáticos também não fazem uso do medicamento.
Se por um lado o remédio não tem comprovação científica no tratamento contra o coronavírus, seus efeitos colaterais são amplamente conhecidos. Em abril, o Pragmatismo Político noticiou a morte do jornalista Renan Antunes. Ele fazia uso do medicamento.
Depois de ter revelado ao Brasil que testou positivo para o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) intensificou a propaganda da cloroquina. Ele tem divulgado vídeos de si mesmo tomando o remédio e dizendo se sentir muito bem.
No entanto, o que o presidente não divulgou é que está se submetendo a dois exames de eletrocardiograma por dia para monitorar os efeitos colaterais da cloroquina. A informação foi confirmada por interlocutores do Planalto ao jornal O Globo.
Avaliar o funcionamento do coração é uma recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para pacientes que fazem uso da hidroxicloroquina.
O protocolo que Bolsonaro tem cumprido em relação ao monitoramento do coração vai além do recomendado pela SBC. A entidade pede para que sejam realizados exames no primeiro, terceiro e quinto dias do tratamento com a hidroxicloroquina.
“O povo morre à espera de leito de UTI. Como querem medicar um pobre com cloroquina? O cidadão mal consegue atendimento, imagine fazer monitoramento cardíaco?”, questionou um internauta.
“Bolsonaro gastou milhões de reais em carregamento de cloroquina e não sabe o que fazer com tanto remédio. Agora aparece infectado, fazendo propaganda do medicamento para enfiar goela à dentro do brasileiro”, observou outro.