Bolsonarista tenta fugir da cadeia e é baleado com munição não letal
Preso por atacar prefeito com um machado, filho de empresária tentou fugir da prisão e foi alvejado três vezes
Gustavo Lima Franco, de 28 anos, tentou fugir da Cadeia Pública de Várzea Grande (Capão Grande) e acabou levando três tiros de bala de borracha na perna. O rapaz é analista de Tecnologia da Informação (TI) e filho de uma empresária cuiabana.
Militante bolsonarista, Gustavo foi preso na noite do último sábado (8) após agredir um servidor da Prefeitura de Cuiabá e tentar invadir a casa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“O homem correu em direção aos servidores para agredi-los e não atendeu às ordens de parada. Foi preciso intervenção da equipe de contenção, que precisou efetuar três disparos de arma com munição menos que letal (bala de borracha), todos na perna”, disse a Sesp em trecho da nota.
Conforme o documento, o rapaz apresentou comportamento inadequado desde que chegou na cadeia, ainda na noite de sábado. Ele tentou resistir aos procedimentos de revista, alegando ter nível superior.
No domingo, ao ser avisado sobre os procedimentos de triagem médica, ele desobedeceu a ordem dos policiais penais e tentou fugir correndo em direção ao portão, mas foi detido.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e os policiais penais o acompanharam até o Pronto Socorro, onde foram prestados os devidos procedimentos de atendimento médico.
Horas mais tarde, os advogados de Gustavo conseguiram um alvará de soltura na Justiça e ele foi colocado em liberdade.
Entenda o caso
Na noite de sábado, Gustavo danificou um prédio da prefeitura e agrediu o segurança que trabalha no local com chutes e pontapés, além de danificar a motocicleta que ele usa para trabalhar.
O segurança de 42 anos ficou ferido no braço em razão dos socos que recebeu. Após isto, o homem disse que iria deixar o local e, com um machado, dar um “presente” para o prefeito de Cuiabá.
O segurança relata que estava trabalhando quando viu o homem forçando a porta ‘com um pedaço de pau nas costas’. Ele então questionou Gustavo, que perguntou se o segurança estava do lado do prefeito e partiu para cima dele.
“Tirou o pau, que era um machado, saí correndo e ele veio atrás de mim. Derrubou minha moto. Tem quatro anos que trabalho aqui e nunca teve um problema deste. Liguei para a polícia e ele foi para o lado da casa do prefeito. Liguei para a PM e os militares pegaram ele quase chegando na casa do prefeito. Ele disse que iria dar um presente para o Emanuel Pinheiro, com um machado na mão. Fiz um boletim de ocorrências contra ele, ia até matar a gente, eu sou trabalhador”, disse o homem.
Em suas redes sociais, Gustavo enaltece o presidente Bolsonaro e o armamento da população. Em várias publicações, ele defende ações extremas contra aqueles que considera opositores políticos.
Na sexta-feira (7), ele compartilhou um vídeo enaltecendo uma discussão entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, já aposentado, e Gilmar Mendes. “Na minha opinião só faltou ele abrir a cabeça do Gilmar Mendes com um machado e aí eu chamaria ele até de Rei se assim desejasse”, escreveu ao publicar o vídeo.
Em outras publicações, Gustavo defende a justiça com as próprias mãos. Ele cita como exemplo a possibilidade de se fuzilar, enforcar, empalamento, ou esquartejo de ‘corruptos’ que não forem condenados pela Justiça.