Flordelis foi mãe, sogra e mulher do pastor que mandou assassinar
Flordelis pregava publicamente que a família era “seu bem maior”. Mas o inquérito mostra uma outra realidade: incesto, traições, tentativas de assassinato e brigas por poder envolvendo religião
Todas as provas que apontam a deputada federal Flordelis (PSD) e sua família ao assassinato do pastor Anderson do Carmo despertaram a atenção do país nos últimos dias.
A Operação Lucas 12, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Civil, prendeu cinco dos 55 filhos de Flordelis e denunciou a parlamentar como mandante do assassinato do próprio marido.
Pastora, cantora e deputada eleita pelo estado do Rio de Janeiro, Flordelis obteve 196.959 votos, o melhor desempenho entre as mulheres do estado que disputavam uma vaga na Câmara dos Deputados. Famosa nacionalmente na década 1990 pelo número de filhos, a missionária pregava que a família era “seu bem maior”.
Apesar disso, o inquérito mostra uma outra realidade. Em meio a traições, tentativas de assassinato, brigas, dinheiro, incesto e religião, muitos mistérios se relacionam com os membros dessa família, que foi chamada pelo delegado Allan Duarte, responsável pelas investigações, de “organização criminosa”.
A origem
Nascida em 5 de fevereiro de 1961, Flordelis dos Santos de Souza foi moradora da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Famosa pela história de adoção dos filhos, a deputada ganhou a mídia após adotar 37 crianças que estavam fugindo de uma chacina na Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro. Atualmente, Flordelis é mãe de 55, sendo quatro biológicos (três com o primeiro marido e um com Anderson).
Um fato curioso, é que Anderson do Carmo, antes de ser marido de Flordelis foi adotado pela deputada e chegou a ser tratado como genro, quando namorou uma das filhas biológica da parlamentar.
Vista por muitos como uma mulher de família, altruísta e dedicada, a deputada acabou até mesmo virando roteiro de filme. Com o título Flordelis – Basta uma palavra para mudar, o longa-metragem foi dirigido por Marco Antônio Ferraz. O elenco contou com atores renomados como Ana Furtado, Letícia Sabatella, Cauã Reymond, Bruna Marquezine, Alinne Moraes e Deborah Secco.
Já casada com Anderson, Flordelis fundou a Comunidade Evangélica Ministério Flordelis, em 1999, no Bairro do Rocha, Zona Norte do Rio. Antes de morrer, o pastor era presidente do Ministério Flordelis. De acordo com as investigações, ele controlava a igreja e a família, tomando conta de tudo, da partilha dos alimentos até as finanças.
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Após ser denunciada como mandante do assassinato de Anderson, Flordelis corre o risco de perder o mandato e ser expulsa do PSD. Em entrevista recente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o “crime não tem relação com o mandato”, por isso, não prevê foro especial, mas para que a deputada seja presa ou afastada do mandato, é preciso que haja autorização da Câmara.