Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 16/Set/2020 às 14:34 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Imigrantes detidas nos EUA tiveram úteros retirados em cirurgias forçadas

Publicado em 16 Set, 2020 às 14h34

Mulheres detidas em prisões de imigrantes nos EUA foram esterilizadas sem consentimento. Enfermeira diz que as vítimas não entendiam que passariam pelo procedimento. Caso será investigado por autoridades migratórias e por parlamentares

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Mulheres em prisão para imigrantes no Texas – foto AFP

Uma denúncia sobre cirurgias irregulares em detentas em um centro para imigrantes clandestinos no estado americano da Geórgia ganhou as manchetes da imprensa dos Estados Unidos nesta quarta-feira (16).

Autoridades migratórias e parlamentares irão investigar o caso. Segundo a denúncia, as mulheres teriam sido submetidas a retiradas completas ou parciais de seus úteros.

Uma enfermeira que trabalhava no local foi quem expôs o caso. Segundo essa denunciante, identificada como Dawn Wooten, um ginecologista fazia histerectomias (retirada do útero por intervenção cirúrgica ) em massa nas detentas. Além disso, o centro, localizado na cidade de Irwin, se recusava a aplicar testes do novo coronavírus nos imigrantes detidos no local.

Wooten relatou que as detentas eram encaminhadas a ginecologistas ao reclamarem de cólicas ou pedirem por métodos contraceptivos. Nem sempre as decisões médicas eram compreendidas pelas mulheres. “Muitas delas disseram que não entendiam o que estava sendo feito com elas. Ninguém explicava”, relatou a enfermeira.

O teor inteiro da denúncia não foi divulgado, mas parlamentares do Partido Democrata tiveram acesso ao documento e também anunciaram uma investigação sobre o caso. A presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, repudiou o caso.

“Se for verdade, as condições horríveis descritas na denúncia — incluindo alegações de histerectomias em massa feitas em imigrantes vulneráveis — são uma violação assustadora dos direitos humanos”, disse Pelosi, em nota.

A agência Reuters falou com autoridades migratórias dos EUA na terça-feira, e elas afirmaram que uma agência federal também deverá averiguar o que aconteceu.

A diretora médica do Serviço de Alfândegas e Imigração (ICE) dos EUA, Ada Rivera, negou irregularidades e disse que o centro na Geórgia só fez dois procedimentos do tipo desde 2018, sempre com aprovação após exames.

A empresa privada responsável pelo centro de detenção, LaSalle Corrections, afirmou em nota que “repudia fortemente as denúncias e qualquer suspeita de má conduta” no centro.

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