Allan dos Santos esbraveja em recado a Bolsonaro: "Nunca mais me ligue"
Blogueiro bolsonarista xinga ministro da Saúde após revogação de nova portaria sobre aborto decorrente de estupro e esbraveja contra o presidente: "Nunca mais me ligue"
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, do site Terça Livre, atacou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e deu a entender que está rompendo relações com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Pelo Twitter, Allan anunciou, na manhã desta quinta-feira, não quer mais contato com o presidente.
“Quando um PSOL da vida força o STF é uma coisa. Quando um MINISTRO DO PRESIDENTE @jairbolsonaro facilita o ABORTO é INADMISSÍVEL. Mandei para o WhatsApp pessoal do presidente: NUNCA MAIS ME LIGUE”, disse o blogueiro pela rede social.
Seguindo a série de tuítes, Allan dos Santos atacou Pazuello e o chamou de traidor e canalha. “TRAIDOR E CANALHA! Você menosprezava o presidente e só o apoiou por causa do Mourão, @eduardopazuello. CANALHA!”, disse o blogueiro pela rede social.
Allan cometeu uma gafe ao marcar o perfil @eduardopazuello que não é oficial do Ministro da Saúde e descreveu o general como ministro ‘interino’ da saúde.
Em maio, o Ministério da Saúde informou que Pazuello não tem conta na rede social. O perfil marcado por Santos foi criado em abril, antes do esclarecimento feito pela pasta.
Allan Santos é investigado pelo Supremo Tribunal Federal Allan no inquérito das fake news e em outro processo que apura a organização e financiamento de atos contra o Congresso Nacional e o próprio STF.
Quando um PSOL da vida força o STF é uma coisa. Quando um MINISTRO DO PRESIDENTE @jairbolsonaro facilita o ABORTO é INADMISSÍVEL. Mandei para o WhatsApp pessoal do presidente: NUNCA MAIS ME LIGUE.
— Allan Dos Santos 🇧🇷🇺🇸 (@allanldsantos) September 24, 2020
O motivo da insurgência de Allan dos Santos contra Bolsonaro e Pazuello foi a alteração realizada pelo Ministério da Saúde na portaria que regulamenta o aborto em caso de estupro.
A norma foi alterada para deixar de obrigar médicos a notificarem para a polícia quando atendessem vítimas de violência sexual que queriam interromper legalmente a gravidez.
A mudança ocorreu após críticas de especialistas e pressão de parlamentares, que ameaçavam derrubar a portaria no Congresso. Um grupo de senadores se reuniu na semana passada com o ministro Eduardo Pazuello para cobrá-lo do assunto.
Pela nova redação, publicada na edição desta quinta-feira (24) do Diário Oficial da União, a portaria ainda prevê que médicos comuniquem as autoridades policiais, mas sem a palavra “obrigatória”, que constava na primeira versão. A medida é recomendada nos “casos em que houver indícios ou confirmação do crime de estupro”.
Outra alteração ocorreu no trecho que determinava que os profissionais de saúde deveriam “informar acerca da possibilidade de visualização do feto ou embrião por meio de ultrassonografia, caso a gestante deseje, e essa deverá proferir expressamente sua concordância, de forma documentada”. Esta parte foi totalmente suprimida na nova versão da portaria.