Russomanno abandona Bolsonaro e diz ser favorável à vacina após queda em pesquisa
Após queda em pesquisa eleitoral, Russomanno tenta se distanciar de Bolsonaro e diz ser favorável à vacina. Nas últimas semanas, o candidato havia intensificado sua adesão às pautas do presidente e chegou a dizer que a Covid-19 "não dizimou ninguém"
Em queda nas pesquisas de intenção de voto, o candidato Celso Russomanno, do Republicanos, afirmou na manhã desta sexta-feira que, caso seja eleito, faria convênio com o Instituto Butantan para a compra da vacina produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, a Coronavac, contra Covid-19.
A posição de Russomanno diverge do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que não compraria a vacina produzida pelo Butantan nem no caso de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, dar a autorização.
“Se for aprovada pela Anvisa, sem problema nenhum”, disse Russomanno, em entrevista à rádio Eldorado. “Sou totalmente favorável à vacina. Quero que ela fique pronta e quero tomar a vacina também”.
Segundo levantamento do Instituto Datafolha divulgado nesta quinta-feira, Russomanno recuou de 27% para 20% nas intenções de voto, enquanto que o atual prefeito oscilou positivamente dois pontos e agora tem 23%. A rejeição do candidato do Republicanos disparou e agora o percentual de eleitores que afirmam não votar nele de jeito nenhum passou de 29% para 38%.
Embora a popularidade do presidente esteja em alta puxada pelo auxílio emergencial pago aos afetados pela pandemia, dados do instituto Datafolha apontam que a nacionalização do discurso dos candidatos pode não ser um bom negócio na disputa municipal da capital paulista. Bolsonaro é rejeitado por 46% dos paulistas, segundo o instituto de pesquisas.
Nas últimas semanas, Russomanno havia intensificado sua adesão às pautas do presidente num claro sinal ao eleitorado bolsonarista. A estratégia da propaganda do candidato é apresentá-lo como uma espécie de simbiose com Bolsonaro.
Em entrevistas, ele chegou a dizer que a Covid-19 “não dizimou ninguém”, que moradores de rua tinham mais resistência ao vírus por não tomarem banho e minimizou a ditadura militar.
“Eu concordo com Bolsonaro em algumas coisas; em outras tenho opinião própria. Quem vai governar São Paulo é o Celso Russomanno. Eu preciso do governo federal e fico feliz que ele está me apoiando”, ponderou.
Agência Globo