Policial mata motorista de aplicativo por motivo fútil, é detido e liberado em seguida
Motorista de aplicativo é assassinado por PM em posto de gasolina. O autor dos disparos foi ouvido pela Polícia Civil e liberado em seguida. Crime foi registrado em vídeo. A vítima deixa esposa e uma filha de 8 anos
O motorista de aplicativo Diego Sampaio foi executado por um policial militar com dois tiros no abdômen na noite desta terça-feira (17) em um posto de gasolina em Pendotiba, na Região Oceânica de Niterói (RJ).
O nome do policial é Giovani Peçanha de Athaíde. No momento do crime, ele estava de folga. Após cometer o assassinato, ele foi ouvido pelas polícias Civil e Militar e liberado em seguida.
Segundo a auxiliar de enfermagem Hellen Cristina Nascimento, esposa da vítima, a discussão começou entre o policial militar e um frentista. Em seguida, ela e o marido, que estavam na fila para abastecer, reclamaram da demora.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento que o casal sai do carro. Diego então vai em direção a Giovani; o policial atira e a vítima cai no chão. Segundo a polícia, o policial afirmou que Diego desceu do carro com a intenção de agredi-lo e que atirou para conter a situação.
Testemunhas contaram que o PM estava abastecendo no posto quando começou uma discussão com o frentista. O casal que estava logo atrás na fila, aguardando para abastecer, reclamou da demora e, então, houve uma nova discussão.
Segundo testemunhas, antes de atirar em Diego, o policial xingou a mulher do motorista de aplicativo. A esposa de Diego disse que ele não teve chance de defesa.
“Eu já tava indo embora e falei pra ele [o policial] que era só puxar o carro pra frente: ‘você está atrasando a vida de todo mundo’. Aí ele começou a falar palavrão. Eu falei que não tem necessidade de você estar xingando. Ele saiu de dentro do carro, só que eu não vi que ele estava armado”, disse Hellen.
“Quando meu marido saiu e chegou perto dele, ele já deu um tiro. Nisso que ele deu um tiro, meu marido caiu. Eu entrei na frente, e ele deu outro tiro. Não teve nem chance de se defender porque ele já saiu atirando já”, completou a mulher.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). A PM, por sua vez, informou ainda que instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do caso. Até a publicação deste texto, Giovani Peçanha de Athaíde permanece em liberdade.