Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 27/Nov/2020 às 17:29 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

PM mata ex-namorada após fazê-la refém por mais de duas horas

Publicado em 27 Nov, 2020 às 17h29

Mesmo com intermediação do Bope, jovem é sequestrada e morta por PM no RJ. Sem chance de defesa, universitária foi assassinada pelo ex com um tiro na boca

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Mayara Pereira Fernandes, de 31 anos, foi assassinada na tarde hoje em Valença, no sul do Rio de Janeiro, depois de ser mantida refém pelo ex-namorado por cerca de duas horas e meia.

O assassino é o policial militar Janitom Celso Rosa Amorim. O crime aconteceu no estacionamento da Fundação Educacional Dom André Arcoverde, onde o PM mantinha a vítima sob a mira de uma arma dentro do carro.

Por volta das 10h30, a universidade informou que equipes de segurança viram os dois discutindo dentro do carro e, ao notar que o homem estava armado, chamaram a polícia. Durante o sequestro, alunos, docentes e funcionários ficaram trancados nas salas de aula.

VEJA TAMBÉM: Onde estavam os atiradores de elite no sequestro de Mayara Fernandes?

De acordo com a Polícia Militar do estado, a jovem foi mantida refém dentro de um carro. Logo após o disparo, Janitom foi imobilizado por policiais que negociavam a rendição e levado algemado para a delegacia. O PM era lotado no batalhão de Resende, município que fica na mesma região.

Além disso, todo o acesso à universidade foi bloqueado pela Polícia Militar. Os agentes do Batalhão de Operações Especiais, junto com outros policiais militares e policiais civis, fizeram a negociação para liberar a vítima, sem sucesso.

A jovem era aluna de um curso de pós-graduação da área de odontologia. Ela chegou a ser socorrida para o Hospital Escola, da própria universidade, mas não resistiu. A jovem sofreu quatro paradas cardíacas depois de ser atingida por arma de fogo e morreu antes de ser levada para cirurgia.

“Ficamos apavorados com o que estava acontecendo. Ela foi vítima de feminicídio dentro da faculdade, o ex fez ela refém por horas. Tinha muitos policiais militares, depois ainda chegou mais e ninguém foi capaz de evitar que ela fosse atingida. É revoltante, inacreditável. Eu estou em choque até agora”, afirmou uma aluna da universidade.

“Eu e meus amigos estávamos tendo aula quando tudo aconteceu, ficamos presos lá na faculdade até o término. Todos os dias homens nos matam e depois são soltos como se nada tivesse acontecido. Eu não a conhecia, sou estudante de medicina e ela era de odontologia, mas como mulher, sinto como se tivesse perdido alguém próximo. Muito triste isso”, desabafou.

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