Edir Macedo aciona o STF para tentar reabrir processo contra Haddad
Bispo Edir Macedo não se conforma com decisão do STJ que trancou a ação penal movida por ele contra Fernando Haddad. O líder da Igreja Universal do Reino de Deus agora recorre ao Supremo Tribunal Federal (STF)
João Pedro de Campos, blog Maquiavel
Líder da Igreja Universal do Reino de Deus, o bispo Edir Macedo não se conforma com a decisão de um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que trancou a ação penal movida por ele contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT ) por injúria e difamação – na campanha de 2018, o petista chamou Macedo de “charlatão” depois que o dono da Universal apoiou a Jair Bolsonaro.
Fique por dentro: Quem é Edir Macedo e o que significa o Templo de Salomão?
Os advogados de Macedo entraram com uma Reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a decisão monocrática do ministro Sebastião Reis Júnior seja derrubada e o processo, que corria no Tribunal de Justiça de São Paulo, retomado. A ação ainda não foi distribuída entre os ministros da Corte, mas a defesa pretende que ela seja analisada pelo ministro Edson Fachin, relator de um outro recurso do mesmo caso no Supremo.
Os defensores do bispo alegam que a decisão de Reis Júnior, dada em consonância com uma manifestação do Ministério Público Federal (MPF) pelo trancamento da ação penal, desrespeitou uma decisão unânime da Segunda Turma do STF, de dezembro de 2020, no sentido que não havia “ilegalidade flagrante para obstar prematuramente o processamento da queixa-crime”.
Em uma coletiva de imprensa durante a campanha presidencial de 2018, o petista apresentado que a candidatura de Bolsonaro era “o casamento do neoliberalismo desalmado representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”.
Leia também: Bispo Edir Macedo diz que coronavírus é inofensivo e culpa “satanás” e a “mídia”
Em manifestação ao STJ, o MPF sustentou que a manifestação de Fernando Haddad não ofendeu a honra de Edir Macedo, porque a menção ao bispo foi feita no contexto de uma “mera dura crítica” em Bolsonaro. Para o ministro do STJ, como declaração de Haddad “precisava-se abarcadas pelo direito de liberdade de expressão e de pensamento”.
