Ex-campeão olímpico tenta passar pano para Bolsonaro na pandemia
Ex-campeão olímpico do Vôlei abriu discussão nas redes para tentar amenizar a responsabilidade de Bolsonaro sobre a tragédia que assola o país. Gustavo Endres se irritou com os críticos e desistiu do debate
Gustavo Endres, ex-atleta da seleção brasileira de Vôlei, abriu uma discussão no Twitter nesta quinta-feira (3) com o objetivo de tentar amenizar as responsabilidades do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a pandemia que devasta o Brasil.
O ex-campeão olímpico comentou que as críticas precisam ser direcionadas à população por não respeitarem o distanciamento social e outras medidas para conter a disseminação do vírus.
Gustavo afirmou, então, que não apenas o presidente, mas governadores e prefeitos também precisam ser cobrados. O ex-atleta recebeu milhares de críticas e, pouco tempo depois, encerrou as postagens sobre o tema.
“A treta tá muito boa! Continuem por favor… Não vou bloquear ninguém, essa época aconteceu tempos atrás. A ofensa deixam a maioria se sentindo poderosos né? Entendi então. Tudo culpa do Presidente da República, vocês me convenceram. Fui”, finalizou.
Confira:
Mas o governante aglomera, não usa máscara, insiste em tratamento ineficaz, desinforma, não tem respeito nem empatia, ou seja, não dá exemplo. Sei lá, nao acho difícil entender que seu alvo está errado.
— Rita Seixas (@Ritadochico) March 3, 2021
Claro que ele não é o culpado de tudo, a culpa é MINHA que não comprei vacinas oferecidas lá em junho de 2020.
— Suzana GuaraniKaiowá (@sudornelles) March 3, 2021
Se buscasse informação não estaria passando vergonha na internet. Assiste um telejornal diariamente. Tira uma hora só para ler notícias na internet. Não acompanha os acontecimentos, por isso não consegue entender a narrativa.
— Erick Rabello (@erickrabello) March 3, 2021
Minha vó já dizia que o jumento só se convence que é um jumento quando já tem uma pessoa montada em cima.
— Corneta Europa (@cornetaeuropa) March 3, 2021
Eu odiava qdo diziam que volei era um esporte elitista. Sempre achei meio raso. Mas vendo as manifestações d jogadoras e jogadoras desse esporte, parece que pelo menos a reprodução do discursos das elites a gente sabe que rola…
— Fernando Monteiro (@nandomonteiro) March 3, 2021
Não se trata de culpa, Gustavo. É sobre responsabilidade. Bolsonaro não somente enfraqueceu a credibilidade da ciência como também atuou para amedrontar a população contra a vacina, “esquecendo” de seu papel enquanto CHEFE de Estado. Um time não age sem técnico. Você sabe disso.
— Vivi Reis (@vivireispsol) March 3, 2021
Pior momento da pandemia
O Brasil está entrando no pior momento da pandemia, segundo pesquisadores da Fiocruz. E os sinais que levaram a esse diagnóstico sombrio mostram como o país piorou no combate à Covid.
A situação se agrava ao mesmo tempo, em todo país, de forma inédita desde o início da pandemia. É o resultado de um processo que começou há dois meses, com as festas de fim de ano. E agora, o recado de pesquisadores, como o neurocientista Miguel Nicolelis é: se preparem para o pior.
“Esse provavelmente pode ser o pior mês de março da história do Brasil, em termos de perdas de vidas de brasileiros e brasileiras, com a possibilidade de um colapso nacional de todo o sistema de saúde brasileiro”, alerta o neurocientista Miguel Nicolelis.
A vacinação em ritmo lento ainda não consegue frear o contágio. “O Brasil precisa vacinar de 5 a 6 vezes mais pessoas por dia, para nos próximos 90, 120 dias, ter qualquer chance de sair dessa crise, e diminuir dramaticamente o número de pessoas e de vidas perdidas”, afirma Nicolelis.
Novas variantes se espalharam com a falta de controle: “Estamos criando as condições para o aparecimento de um cem número de variantes, que podem vir a ser mais infectantes e letais”, diz o neurocientista.
As dificuldades para medidas enérgicas de isolamento da população e o esgotamento das equipes médicas são realidades que também precisam ser enfrentadas, como explica o pesquisador Carlos Machado, da Fiocruz.
“Vai ser muito difícil manter esse mesmo ritmo mais um ano. Ter um leito de UTI significa ter profissionais preparados, capacitados, com proteção e também descansados”, afirma Carlos Machado.
Diante desse quadro, os pesquisadores reforçam a necessidade de medidas mais rigorosas para restringir a circulação de pessoas, dependendo das condições de cada região. Apoio financeiro emergencial para quem mais precisa e também campanhas de esclarecimento em todo o país sobre a gravidade do momento, reforçando, por exemplo, a importância do uso de máscaras.