Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 11/Mar/2021 às 17:42 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Médico agride mulher após ser chamado atenção por estar sem máscara

Publicado em 11 Mar, 2021 às 17h42

VÍDEO: Mulher é agredida por médico após pedir que o homem colocasse a máscara de proteção contra a Covid-19 em posto de saúde

médico piracaia

Uma professora foi agredida na tarde desta quarta-feira (10) por um médico em um posto de saúde na cidade de Piracaia, interior de São Paulo. A agressão foi registrada em vídeo.

Em entrevista ao site Ponte Jornalismo, Lia Costa, de 43 anos, contou que foi até a unidade de saúde para acompanhar uma amiga que desejava conseguir atendimento médico para ela e os filhos.

De acordo com Lia, que também é tatuadora, ela e a família que ela estava auxiliando ficaram cerca de uma hora no local e observaram que um homem de camiseta preta andava pelo ambiente sem a máscara de proteção contra a Covid-19.

“Quando fomos ser atendidas, ele virou para mim e perguntou quem iria ser atendido. Mostrei a criança e ele disse: ‘Você está me fazendo de palhaço? Eu não atendo criança’. Aí eu falei que podia ter havido um engano, mas que ele podia atender a mãe [da criança]. Aí ele disse que não era idiota e que não iria atender ninguém. Foi quando falei que ele estava sem máscara dentro do posto”, contou a mulher.

Na sequência, Lia pegou o celular para filmar e o profissional questionou quem era ela, que explicou que estava como acompanhante da família. O médico então teria afirmado que tomaria o celular se ela seguisse gravando.

“Com toda a violência, ele me agrediu, tomou o meu celular e ficou em poder do meu celular por 15 minutos. Ninguém do posto de saúde falou com ele, todo mundo defendeu ele.”

A professora ficou com a mão e ombro machucados após o médico pegar o aparelho de celular. “Eu vou a um posto de saúde, peço para o psiquiatra usar máscara e ele vem me bater? E ele vai me processar por uso de imagem, sendo que ele é funcionário público. O vídeo mostra que não houve desacato, só da parte dele: desacato, desrespeito e desumanidade.”

Apesar de Lia afirmar que o profissional seria um psiquiatra, o médico não possui nenhuma especialidade registrada junto ao CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), mas o cadastro dele está ativo.

Ainda de acordo com Lia, o médico recebeu escolta e um atendimento especial na Delegacia de Piracaia. Ela também explicou que fez um B.O (Boletim de Ocorrência) e buscará o Ministério Público para conseguir uma medida protetiva contra o homem.

“Fiz um boletim de ocorrência e vou ao Ministério Público porque não quiseram me dar medida protetiva. A cidade é pequena, uma pessoa que faz isso é uma pessoa perigosa. Eu também chamei uma viatura, mas a Polícia Militar não me atendeu. Eu corro risco”, disse ela.

A prefeitura de Piracaia divulgou uma nota sobre o caso nas redes sociais:

“A Prefeitura Municipal de Piracaia, vem a público esclarecer que o episódio ocorrido na Unidade de Pronto atendimento, amplamente divulgado nas redes sociais, já está em processo de apuração, visando o devido esclarecimento dos fatos. Desta forma, a partir da conclusão dos procedimentos administrativos adotados, nos manifestaremos oportunamente.”

A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) também se manifestou:

“A ocorrência foi registrada como vias de fato, desacato e ameaça na Delegacia de Piracaia. Ambas as partes e uma testemunha foram ouvidas e alegaram que as agressões ocorreram após o médico não atender o filho da envolvida. Eles foram orientados sobre o prazo para representação criminal e o caso encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).”

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