Bolsonaro já agrediu Randolfe fisicamente; relembre
No telefonema divulgado com o senador Kajuru, o presidente chamou Randolfe Rodrigues de "bosta" e disse que sairia na porrada com ele. Em 2013, Bolsonaro foi flagrado agredindo Randolfe
Guilherme Mendes, Congresso em Foco
Em uma conversa privada com o senador Kajuru (Cidadania-GO), o presidente Jair Bolsonaro chamou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de “bosta” e disse que sairia na porrada com ele. Randolfe reagiu e disse que a violência costuma ser “uma saída para os covardes que têm muito a esconder”.
Essa não é a primeira vez que Randolfe e Bolsonaro se desentendem. Em 2013, em visita promovida pelas comissões da verdade do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e da Ordem dos Advogados do Brasil, o senador acusou o então deputado do PP de dar um soco em sua barriga. O caso foi parar no Conselho de Ética da Câmara que, por unanimidade, inocentou Bolsonaro.
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Na época, Randolfe alegou que Bolsonaro ficou irritado ao ser impedido de participar da visita por não fazer parte da comissão. Ele negou a agressão.
Na época, Randolfe alegou que Bolsonaro ficou irritado ao ser impedido de participar da visita por não fazer parte da comissão. Ele negou a agressão.
Já nesta segunda-feira (12), quando os senadores Flávio Arns (Podemos-PR) e Chico Rodrigues (DEM-RR) assinaram o pedido de CPI, que conta agora com o apoio de 34 senadores, Randolfe citou 14 razões para Bolsonaro temer a comissão, entre elas a inação do governo federal na compra de vacinas da Pfizer, apesar da oferta da empresa.
Do que Bolsonaro tem medo? A CPI da COVID, afinal, só quer apurar, dentre outras coisas em relação à pandemia:
1. O atraso na compra de vacinas da Pfizer.
2. Falha grosseira na aquisição de seringas, insumos, equipamentos e na estruturação do Sistema de Saúde.
— Randolfe Rodrigues 🇧🇷💉🥖 (@randolfeap) April 12, 2021
A CPI deve ser instalada nesta terça-feira (13) pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após decisão do STF na semana passada. Nas últimas horas, o governo vem articulando para tentar melar a comissão.
Além da ligação de Bolsonaro para Kajuru pedindo andamento de um processo de impeachment de ministros do STF, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), com apoio do Palácio do Planalto, está coletando assinaturas para a criação de uma CPI da Covid com escopo mais amplo que a proposta de Randolfe.
Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) representou contra Kajuru no Conselho de Ética e o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) tornou público um pedido de instauração de CPMI para investigar má gestão de recursos financeiros da União transferidos para os estados, o Distrito Federal e os municípios durante a pandemia.