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ELEIÇÕES 2022 13/Mai/2021 às 14:29 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

"Só Deus me tira daquela cadeira", diz Bolsonaro após atacar Lula

Publicado em 13 Mai, 2021 às 14h29

Pesquisa Datafolha mexe com Jair Bolsonaro, que xinga Lula de "ladrão de 9 dedos". Presidente também manifestou incômodo com o avanço das investigações da CPI e demonstrou obsessão para se manter no cargo

bolsonaro lula

RBA

A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (13) mostra que a CPI da Covid já começa a causar danos eleitorais ao governo Bolsonaro. As intervenções desastrosas da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) durante o depoimento do ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) Fabio Wajngarten, que quase foi preso na CPI da Covid, demonstram o “desespero” que tomou conta dos integrantes da base bolsonarista.

Durante evento em Alagoas nesta quinta-feira (13), Bolsonaro fez ataques ao ex-presidente Lula. “A Caixa lá atrás, com aquele ladrão de nove dedos, dava prejuízo”, disse ele, se referindo ao petista.

O presidente também atacou Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid. Após chamá-lo de “picareta e vagabundo”, Bolsonaro ainda o comparou a Judas. “Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem em nosso país”. Por fim, Bolsonaro demonstrou obsessão pelo cargo: “Somente Deus me tira daquela cadeira [presidencial]”.

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A pesquisa Datafolha mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se consolida com ampla vantagem na liderança da corrida presidencial de 2022.

“É muito provável que a tenhamos um grande desgaste do governo Bolsonaro. Não é à toa que ele temia tanto a CPI”, avalia o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cláudio Couto. “Por outro lado, se o governo atual, que se apresentou como o mais antipetista nas últimas eleições, se desgasta, por contraste, fortalece o seu antagonista”, acrescentou.

O levantamento também revela que, até o momento, a chamada “terceira via” é praticamente inexistente. O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) aparenta dificuldades de crescimento, tanto à esquerda quanto à direita, enquanto o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece pouco acima da margem de erro.

Diante desse quadro, Couto afirma que a sobrevivência da chamada “terceira via” vai depender da capacidade de articular os diversos postulantes desse campo em uma candidatura única. O contínuo desgaste do governo Bolsonaro, por outro lado, abre a possibilidade para que essa candidatura mais moderada possa a vir a ocupar o espaço da direita. O cientista ressalva, contudo, que tudo isso vai depender da evolução do cenário até o ano que vem.

“O que parece um pouco mais definitivo é que o campo da esquerda tende a ficar ocupado de maneira mais estável pelo ex-presidente Lula. O campo da extrema-direita tem o Bolsonaro. Mas é preciso ver o quanto esse campo consegue se expandir em direção à direita tradicional e centro direita”, frisou Couto. “Esse espaço está se reduzindo. Por isso é preciso prestar atenção na construção dessa candidatura ao centro. Se se fortalecer, deve pegar essa herança que Bolsonaro pode deixar.”

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