Fernanda Venturini diz que foi 'mal interpretada' após fala que revoltou a web
Fernanda Venturini "brilhou" nas redes ao se declarar antivacina, mas que tomou a Pfizer para viajar o mundo. Em 2018, ela se disse emocionada após encontrar Bolsonaro: “Nosso futuro presidente. Cara simples, espontâneo. Dessa vez esse Brasil muda!”
Ao receber a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 no sábado (26), Fernanda Venturini prestou um desserviço ao dizer que era “contra a vacina” e que havia escolhido a Pfizer por ser “a menor pior” e por ter intenções de viajar. As falas repercutiram mal neste domingo (27) e ela publicou um novo vídeo com uma defesa sobre o caso.
“Nós viemos pedalando aqui para tomar a vacina. Eu sou contra a vacina, mas como eu quero viajar o mundo, eu vou tomar. Vou tomar a Pfizer, porque eu acho que é a menos pior”, disse ela. A ex-jogadora tem 50 anos e, segundo o calendário de vacinação de São Paulo, poderia ter se vacinado desde o último dia 19.
Pelas redes sociais, internautas e famosos criticaram a postura da ex-jogadora. O jornalista esportivo Eudes Junior escreveu: “Que (falta de) vergonha, Fernanda Venturini”. Um usuário disse que ela estaria “rindo das 500 mil vítimas que não tiveram a chance” de se vacinar. “Desserviço, inacreditável”, soltou outro.
“Eu sou contra vacina, mas como eu quero viajar o mundo… eu vou tomar a pfizer que eu acho que é a menos pior.” Fernanda Venturini, que desserviço! Inacreditável! pic.twitter.com/1TX0WSb02K
— Artur Cunha Filho (@ArturCunha2) June 27, 2021
Depois da repercussão negativa, Fernanda Venturini apagou o vídeo do momento em que se vacinou e publicou um outro para se defender das críticas e xingamentos que recebeu nas últimas hora. De acordo com a ex-jogadora, as declarações foram mal interpretadas e que ela tem um programa sobre saúde no YouTube:
“Estou aqui para tirar o mal-entendido porque fui muito mal interpretada ontem (27) quando eu falei da vacina. Vocês acham que eu estou feliz com 500 mil mortes que o Brasil teve, o mundo teve milhões de mortes, vocês acham? Se eu fosse contra, não teria me vacinado. Tenho um programa de saúde no YouTube. Espero que as pessoas tenham mais educação e respeito. Me xingaram de tudo que é nome. As pessoas não têm direto a entrar no seu Instagram e te xingar. Estou muito chateada com a repercussão que teve porque hoje o que eu faço é promover saúde. Se eu magoei alguém, peço desculpas. Mas não foi isso que eu quis dizer”.
Em entrevista ao UOL em 2018, Venturino se disse emocionada por conhecer Bolsonaro pessoalmente. “Eu levei um livro para ele, que é um livro famoso da Suécia porque lá os governantes lavam a louça, fazem tudo. Aí ele falou: ‘Fernanda, você acha que eu vou ler? Não tenho tempo’. Eu falei: ‘Então me dá o livro de volta’. Ele é muito sincero. É pá, pum, isso que é bom. Porque ele ia levar o livro, aí ia ficar o livro lá jogado e muita gente quer ler esse livro […] Emoção ter conhecido nosso futuro presidente. Cara simples, espontâneo e autêntico. Dessa vez esse Brasil muda!”.
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Vacina
Profissionais da saúde afirmam que todos os imunizantes disponibilizados –AstraZeneca, Coronavac, Pfizer e, mais recentemente, Janssen– tem alta eficácia contra a Covid-19, entre 70% e 90%, e protegem contra formas mais graves da doença.
O médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gonzalo Vecina Neto, disse que a tentativa de escolher a vacina contra a Covid-19 é “ignorância” das pessoas.
Ele relembrou o estudo realizado na cidade de Serrana, feito pelo Instituto Butantan, que vacinou toda a população acima dos 18 anos com a CoronaVac. A queda de mortalidade na região foi de 95%.
O médico ainda afirmou que a falta de vacinação em massa e a recusa por imunizantes, além de atrapalhar o abastecimento nos postos de saúde dos Estados, aumenta o risco do surgimento de novas cepas do coronavírus que sejam resistentes às atuais vacinas.