Redação Pragmatismo
Política 11/Jul/2013 às 14:33 COMENTÁRIOS
Política

Cinco perguntas ajudam a entender rejeição dos poderosos ao Plebiscito

Publicado em 11 Jul, 2013 às 14h33

Basta ler as 5 para compreender por que a mídia e os conservadores rejeitam a Reforma Política, a Constituinte e mesmo a consulta aos eleitores

Antonio Martins, OutrasPalavras

O sociólogo Manuel Castells costuma dizer que o principal instrumento de manipulação usado pelas mídias de massa não é a distorção, mas o ocultamento dos fatos. Ele se deliciaria com as primeiras páginas de hoje dos três jornais brasileiros mais vendidos.

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Congresso, mídia e empresários ignoraram clamor popular por Reforma Política. Primeira etapa da reforma, que seria o Plebiscito, foi rejeitada pelos parlamentares com o aval da grande imprensa e de setores financeiros.

Reforma Política, Plebiscito e Constituinte são, obviamente, as três principais novidades na agenda nacional. Dialogam diretamente com algo que se sente todos os dias, e que as ruas expressaram com clareza, nas últimas semanas: o descrédito do sistema político. Pois bem: nas capas das últimas semanas da Folha, do Estado e do Globo, estas três palavras perigosas estão literalmente banidas. Desapareceram não só da manchete e demais títulos, mas também dos textos. Comparecem, é claro, nas páginas internas, muito menos lidas. Aí são tratados como “descabelada proposta” (editorial do Estado), “proposta impraticável” (artigo de José Serra no mesmo jornal), “cheque em branco” (opinião do ministro da STF Ayres Britto, destacada pelo Globo) ou “populismo danoso” (texto do diretor da sucursal de Brasília da Folha). Exceção que confirma a regra: este último jornal publicou importante artigo de Tarso Genro a favor da Constituinte.

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Para compreender ainda melhor por que os poderosos temem o plebiscito, vale um exercício. Vamos examinar algumas das perguntas que poderiam ser apresentadas aos eleitores. Eis, apenas para alimentar o instrutivo debate, algumas sugestões:

Cinco perguntas perigosas ao povo:

1. Você concorda que as empresas devem ser proibidas de financiar políticos e partidos?

2. Você considera que a Lei 9.709 deve ser alterada, de modo a facilitar a convocação de Plebiscitos e Referendos (inclusive por iniciativa dos cidadãos), e a ampliar os mecanismos de democracia direta, inclusive por meio da Internet?

3. Você é a favor de limitar as reeleições, para todos os postos dos poderes Executivo e Legislativo a dois mandatos?

4. Você considera que as eleições brasileiras, para os poderes Executivo e Legislativo, devem admitir candidaturas de pessoas não ligadas a partidos políticos?

5. Você concorda com a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte voltada para a reforma do sistema político?

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