Redação Pragmatismo
Justiça 11/Out/2021 às 12:37 COMENTÁRIOS
Justiça

A vida de luxo da filha de um ex-deputado detida por tráfico

Publicado em 11 Out, 2021 às 12h37

Polícia Federal apreendeu 150 veículos (entre Land Rover, BMW e Camaro), aeronave, lancha e imóveis comprados com o dinheiro ilícito do tráfico. Natielly Karlailly Balbino é acusada de chefiar organização criminosa

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Natielly Karlailly Balbino

A 2ª Vara Criminal de Vilhena (RO) negou um pedido de prisão domiciliar a Natielly Karlailly Balbino, suspeita de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas. Natielly, de 35 anos, é filha do ex-deputado Nilton Balbino, conhecido como Nilton Capixaba e foi presa há duas semanas na Operação Carga Prensada, da Polícia Federal (PF).

Na operação, a PF sequestrou 150 veículos (entre Land Rover, BMW e Camaro), aeronave, lancha e imóveis comprados com o dinheiro ilícito do tráfico. Segundo investigação, os membros da quadrilha enviavam grandes quantidades de cocaína de Rondônia para outros estados, usando caminhões ou veículos de grande porte.

Ao todo, 45 mandados de prisão foram cumpridos no dia 15 de setembro, entre eles o de Natielly. Ela foi localizada em Cacoal (RO) e presa temporariamente. Os agentes apreenderam, bens pessoais da suspeita como equipamentos eletrônicos e joias. Após a prisão, a defesa de Natielly entrou na justiça pedindo que a mesma respondesse o processo em prisão domiciliar.

Para justificar o pedido, Natielly alegou ser mãe de dois filhos de até doze anos de idade que supostamente dependem de seus cuidados. Atualmente, segundo o processo, as crianças estão com a avó materna.

Na decisão que indeferiu o pedido de prisão domiciliar da investigada, o juiz Adriano Lima Toldo destacou que os filhos de Natielly “não estão completamente desassistidos, circunstância indicadora de que sua presença física não é, nesse momento, imprescindível aos cuidados das crianças“.

Ainda de acordo com a decisão, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) prevê a manutenção da prisão cautelar mesmo nas condições em casos excepcionais.

Para o Ministério Público, outro fator para manter a prisão temporária da suspeita é que ela tem um relacionamento (de vínculo conjugal) com outro integrante da organização que é investigada pela PF.

A liberdade da ora requerente nesse momento da investigação policial lhe confere inteira possibilidade de ocultar e destruir provas que eventualmente digam respeito à sua participação e dos demais membros nas ações da organização, assim como de aliciar ou intimidar testemunhas que tenham condições de contribuir com a apuração dos fatos“, diz a decisão judicial da 2° Vara Criminal.

Polêmicas

Natielly, que agora tenta deixar a prisão, já teve o nome envolvido em outras polêmicas. Nos anos 2000, durante um tumultuado processo de separação dos pais ela se viu envolvida na disputa pela criação de gado de uma das fazendas de Nilton, em Cacoal, cidade a cerca de 500km de Porto Velho, Rondônia. A mãe da jovem acusava o ex-marido de tentar retirar animais de uma propriedade, onde chegou acompanhada da filha, num episódio que foi mais comentado na região e não chegou a ganhar destaque na mídia nacional.

Sempre perto do poder, Natielly chegou a ser assessora do governo de Rondônia, durante a gestão de Daniel Pereira, que a exonerou em dezembro de 2018. Em abril deste ano, o seu pai, Nilton Capixaba foi condenado por corrupção passiva a seis anos, em regime semiaberto. Ele foi o terceiro parlamentar preso a ser autorizado a trabalhar na Câmara dos Deputados durante o dia e voltar à noite para o presídio da Papuda. Capixaba tinha sido investigado no âmbito da “Máfia dos Sanguessugas“, como ficou conhecido o grupo que fraudava licitações e desviava recursos de emendas parlamentares que deviam ser destinados à compra de ambulâncias. Na época, a PF estimou que a máfia movimentou cerca de R$ 110 milhões.

Em 2020, Natielly, que só tinha completado o ensino médio, havia sido aprovada no vestibular de uma faculdade privada do município rondoniense para cursar biomedicina e teve uma nomeação para cargo de assessora especial revogado pela então prefeita de Cacoal, Maria Aparecida Simões.

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