Moro cai na farra e puxa vaias contra Lula na Paraíba
Entre dancinhas descoladas e doses de uísque, Moro aproveitou festa na Paraíba para provocar e puxar vaias para os rivais na disputa presidencial. O ex-juiz ainda sugeriu uma “pesquisa eleitoral” durante o evento
com Íris Costa, do Congresso em Foco
Na noite de sexta-feira (7), durante aniversário do deputado paraibano Julian Lemos (PSL), em João Pessoa (PB), o presidenciável do Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro, aproveitou a festa para provocar e puxar vaias para os rivais Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT).
Bastante animado e cheio de confiança, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro também sugeriu uma “pesquisa eleitoral” durante o evento. Moro quis saber quem era o candidato à Presidência da República preferido entre os convidados, e garantiu que irá arrebentar a concorrência.
↗ Sergio Moro inicia na Paraíba jornada que definirá seu futuro eleitoral
Entre dancinhas descoladas e doses de uísque, o ex-juiz passou boa parte da festa em conversas ao pé do ouvido com presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. As informações são do jornalista Maurílio Júnior.
O ex-juíz Sérgio Moro é o candidato do União Brasil (PSL+DEM) que representa a “terceira via” na eleição presidencial em 2022. Entre suas propostas, Moro se compromete com o combate à corrupção e defesa de pautas como a retomada da prisão após condenação em segunda instância.
Veja Moro na festa do deputado Julian Lemos:
Ano eleitoral começou na Paraíba
Moro iniciou sua jornada política em 2022 na Paraíba com a dura missão de conseguir destravar sua candidatura no Nordeste e aglutinar as dissidências dentro do seu próprio partido.
As últimas pesquisas de intenção de voto para presidente na Paraíba revelam o tamanho da dificuldade eleitoral enfrentada por Moro na região. Em agosto de 2021, Moro somava 0,7% segundo a pesquisa Datavox/PBAgora. Em 28 de novembro, semanas após a filiação do ex-juiz ao Podemos, ele alcançou 2,4% em um levantamento do mesmo instituto, atrás de Ciro Gomes (4,5%), Bolsonaro (21,6%) e Lula (51,7%).
A manutenção de um desempenho tão frágil no Nordeste, onde estão concentrados 27% dos eleitores, arruinará as esperanças de quem acredita em Moro como uma força de terceira via capaz de alçar voos mais ousados na eleição presidencial.
As composições de Moro com ‘bolsonaristas arrependidos’ prosperam em estados do Sul e Sudeste, mas no Nordeste a estratégia não parece que será suficiente para retirar o ex-juiz da atual zona de apatia eleitoral. Na Paraíba, por exemplo, simpatizantes do ex-juiz da Lava Jato admitem que Moro precisará, para avançar, ir muito além da aliança com o deputado federal Julian Lemos (PSL), ex-coordenador da campanha presidencial de Jair Bolsonaro em 2018.
Mais do que em qualquer outra região, é no Nordeste que Moro necessita despir-se do manto de paladino da ética e da Justiça. Se a pauta da moralização representasse o ‘caminho das pedras’, por que o candidato associado ao fim da fome e da miséria estaria nadando de braçada nas projeções eleitorais? Essa é uma das questões que desperta a atenção dos marqueteiros de Moro, que correm contra o tempo para maquiar a falta de traquejo político do pré-candidato do Podemos.
É no Nordeste onde Moro enfrentará seus principais desafios, pois na região estão escancaradas as maiores contradições entre discurso e prática no cenário político nacional. Na Paraíba, o ex-juiz terá a primeira oportunidade para compreender por que o homem que ele colocou atrás das grades não apresenta sequelas do período em que esteve no cárcere.