Redação Pragmatismo
Jair Bolsonaro 14/Jan/2022 às 14:06 COMENTÁRIOS
Jair Bolsonaro

Bolsonaro poderá renunciar em troca de anistia pelos seus crimes

Publicado em 14 Jan, 2022 às 14h06

Bolsonaro sabe que, sem foro privilegiado, todos os processos contra ele andarão e o resultado é a condenação em regime fechado. Diante de um ameaçador fracasso eleitoral em 2022, presidente buscará algum tipo de benefício legal frente aos seus diversos crimes

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(Imagem: Allan Santos / PR)

Marco Antonio Villa, em seu blog

Jair Bolsonaro já está derrotado. Foi o pior presidente da história republicana —e, olha, tivemos cada um…. A pergunta que fica é o que fará até entregar o governo em 1º de janeiro de 2023?

Se o cenário eleitoral de outubro continuar a apresentar uma candidatura que derrete a cada mês, a tendência inicial por parte de Bolsonaro é de ampliar os ataques ao Estado democrático de Direito. Irá falar cada vez mais para cada vez menos, para o chamado bolsonarismo-raiz. Não terá efeito eleitoral, mas vai esgarçar a frágil democracia brasileira, isso em um ano marcado pela estagnação econômica e a permanência da pandemia.

Leia também: Um legado de merd*

Frente ao inevitável fracasso, Bolsonaro deverá perder apoio político eleitoral do “big center”. Será um enfraquecimento homeopático, mas que já no segundo trimestre poderá levá-lo até a renunciar à reeleição ou —e aí seria uma benção dos céus— à Presidência da República, nesta última hipótese buscando até algum tipo de benefício legal frente aos seus diversos crimes.

Como esperado, Bolsonaro voltou a atacar o TSE e o STF. Se em anos anteriores isso poderia ser um aparente sinal de força, hoje é manifestação de fraqueza —mais até: de frouxidão e de medo. É conhecida a covardia de Bolsonaro e o genocida já percebeu que, com a nova situação política instalada em janeiro de 2023, os processos no Rio de Janeiro vão finalmente tramitar e o resultado ele já sabe: a condenação em regime fechado, a cadeia.

A ameaça de um golpe de Estado com o auxílio do “meu Exército” também não terá mais eficácia. O pronunciamento do contra-almirante Barra Torres foi um divisor de águas. Restará buscar o apoio dos seus fanáticos. Contudo, nada indica que poderá obter êxito. O canto do cisne do reacionarismo bolsonarista foi o 7 de setembro de 2021.

A certeza é que Bolsonaro vai criar muitos problemas. Teremos o processo eleitoral mais tenso desde 1989 —e com muitas surpresas. Nada está decidido, inclusive porque o jogo nem sequer começou. Basta recordar as eleições de 2014 —com a morte de Eduardo Campos e ascensão de Marina Silva— e de 2018 —o papel central do atentado de Juiz de Fora no resultado do primeiro turno.

Vamos virar esta triste página da nossa história, a mais cruel. E ouvindo o grande poeta Thiago de Mello, que, hoje, nos deixou:

Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.
Quem sofre fica acordado
defendendo o coração.
Vamos juntos, multidão,
trabalhar pela alegria,
amanhã é um novo dia

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