Massacre no Texas: menina espalhou sangue pelo corpo e se fingiu de morta para sobreviver
Menina espalhou sangue pelo corpo e se fingiu de morta para sobreviver ao massacre no Texas. Outras crianças que presenciaram a carnificina dizem que não querem voltar para a escola nunca mais. Polícia do Texas admite pela primeira vez que tomou "decisão errada"
Miah Cerrillo, de 11 anos, disse à CNN que só sobreviveu ao massacre no Texas porque espalhou sangue no próprio corpo e fingiu estar morta. A menina ficou ferida com fragmentos de balas e foi internada, mas já teve alta e está em casa. Sua avó afirmou que a menina ainda não consegue expressar o que viu.
Jayden Perez, de 10 anos, também viveu momentos de terror. O pequeno presenciou o atirador matar quase todos os seus colegas de sala. Ao ser questionado sobre querer voltar a estudar, ele responde: “Não, por causa do que aconteceu. Eu não quero ter nada a ver com outro tiroteio em uma escola. E eu sei que isso pode acontecer de novo, provavelmente”.
Em entrevista à CNN Internacional, Perez contou que ele e seus colegas faziam treinamentos frequentes para eventuais ataques à escola. “Foi assustador porque eu nunca pensei que um ataque iria realmente acontecer”, afirmou o estudante, que contou ter se escondido em uma área da sala onde ficam as mochilas, enquanto a maioria dos alunos ficou debaixo das mesas.
Sua família demorou uma hora e meia para descobrir que ele estava vivo. Olhando para uma série de cruzes colocadas na entrada do colégio em homenagem às vítimas, ele disse ainda estar muito triste por ter pedido seus colegas, que nomeou, seguindo os nomes em cada cruz. “Basicamente todos eram meus amigos”.
Polícia do Texas admite erro
Policiais do Texas (EUA) erraram na operação que tentava impedir o massacre, reconheceu nesta sexta-feira (27) o diretor do Departamento de Segurança Pública do Estado, o coronel Steven McCraw.
Segundo McCraw, os policiais deveriam ter invadido a sala onde o assassino fazia os disparos, na Robb Elementary School, que fica na cidade de Uvalde, no sul do Texas.
No entanto, eles esperaram no corredor do lado de fora da sala até a chegada de uma equipe tática e, depois, pela chave do zelador do prédio. Com isso, a entrada dos policiais no local onde o assassino estava demorou mais de uma hora.
“A decisão foi feita na cena do crime. Claro que foi uma decisão errada, não há desculpa para isso”, afirmou o coronel. O autor do massacre foi morto dentro da escola.
Na entrevista coletiva, McCraw respondeu a críticas feitas por pais de alunos do colégio de que os policiais demoraram muito para entrar na escola.
Ele disse que o argumento dos policiais que trabalharam no ataque, o segundo mais mortal em escolas dos EUA, foi o de que o assassino não estava mais atirando e estava em uma barricada dentro da sala de aula.
Segundo o coronel, dezenove policiais estavam dentro do colégio na hora em que o assassino foi morto, mais de uma hora após o atirador entrar no local. McCraw afirmou ainda que o atirador disparou ao menos cem vezes contra os alunos do colégio.