Homem é preso por racismo e homofobia em SP; ele segurava livro de Hitler
"Eu não gosto de negros, quem gosta de macacos é o zoológico". Homem de 39 anos que lia livro de Hitler é detido após fazer ofensas racistas e homofóbicas em biblioteca de São Paulo. Ele alegou que estava no local "estudando para melhorar o país"
Wilho da Silva Brito, de 39 anos, foi preso na Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo, após proferir ofensas racistas e homofóbicas. No momento da prisão, o homem segurava um livro do genocida de extrema-direita Adolf Hitler.
“A Polícia Civil prendeu o racista Wilho da Silva Brito, que agrediu os usuários e funcionários da Biblioteca Mário de Andrade”, disse o governador Rodrigo Garcia. “Denunciem todo e qualquer ato de racismo. Racistas não podem ficar impunes”.
“Eu não gosto de negros, a cultura deles é uma bosta. Se prestassem, eles não eram discriminados pela sociedade”, afirmou o homem.
Em vídeo que circula nas redes (assista abaixo), Wilho disse que estava na biblioteca estudando para melhorar o país, que chamou de lixo. “E vocês vêm com papo de macaco, de favela. Não sou obrigado a usar droga, ficar chupando rola nas porta (sic) do banheiro público, igual muitos faz (sic) aqui”, disse, ainda em direção às funcionárias.
O homem repetiu falas racistas ao frequentador do espaço que filmou suas agressões verbais. “Quem gosta de macaco é o zoológico”, afirmou, ao sentar em uma das cadeiras da biblioteca. Outros frequentadores protestaram contra as falas racistas.
Wilho foi preso em flagrante por injúria racial e pelo crime de racismo. Ele ficará à disposição da Justiça e deve passar por uma audiência de custódia. A Justiça vai definir se responderá ao crime em liberdade ou se ficará preso preventivamente.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Cultura repudiou as falas e as atitudes “nazistas, homofóbicas e racistas”. Segundo a nota, “o espaço é marcado pelo respeito às diferenças de gênero, raça, orientação sexual e pela celebração da diversidade”.
Ainda de acordo com a prefeitura, as equipes da biblioteca e de outros equipamentos culturais da cidade têm passado por treinamentos para lidar com atitudes racistas, transfóbicas e misóginas. Há também um trabalho de conscientização dos funcionários.
VÍDEO: