Com debate presidencial, Band triplica audiência e supera TV Globo
Debate na Band supera Globo e alcança liderança isolada da audiência. Apuração com eleitores indecisos mostra Tebet com a melhor avaliação e Bolsonaro com o pior desempenho
O debate presidencial da TV Bandeirantes deste domingo (28) superou todas as expectativas de audiência e chegou a superar o programa Fantástico, da Rede Globo. Os dados são da Kantar Ibope Media. O encontro entre os presidenciáveis alcançou a terceira maior audiência da Band no ano e ficou atrás apenas dos dois jogos da final do mundial de clubes disputada pelo Palmeiras.
O pico de audiência do encontro entre os presidenciáveis ultrapassou 14 pontos e superou a Globo na grande São Paulo. Às 22h22, a Band tinha 14,5 pontos ante 13,5 da Globo. Aos domingos, a faixa de audiência da Band para o horário é de apenas 3 pontos. Cada ponto na audiência corresponde a 205.577 telespectadores na região de SP.
Na internet, a live com o debate no canal da Band do youtube chegou a ter 1,6 milhão de pessoas assistindo simultaneamente. O canal do youtube do UOL acumulou mais de 400 mil acessos simultâneos. O debate foi retransmitido por centenas de canais no youtube e em outras plataformas — o que torna impossível mensurar a audiência total.
Ataque a Vera Magalhães
Um dos pontos mais marcantes do debate da Band foi o ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista Vera Magalhães. “A cobertura vacinal está despencando nos últimos anos. Em que medida que a desinformação difundida pelo presidente pode ter agravado a pandemia de covid?”, perguntou Vera.
“Vera, não pude esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, declarou.
Depois, Bolsonaro criticou a CPI da Covid e disse que Simone Tebet era “uma vergonha no Senado Federal”. “Não tô atacando mulheres não. Não venha com essa historinha de se vitimar”, disse, em seguida.
Simone Tebet (MDB) lembrou a postura do governo federal durante o período da pandemia e criticou a gestão bolsonarista. “Nós acabamos de sair de uma pandemia, se é que saímos dela. Pandemia que poderia ser muito melhor gerida se tivéssemos um presidente sensível à dor alheia. Lamentavelmente, no momento em que o país mais precisou do presidente da República, ele virou as costas para as famílias enlutadas e negou vacina no braço do povo brasileiro”, afirmou Tebet, que insistiu na crítica.
“Atraso de 45 dias na compra de vacinas, quantas famílias perderam prematuramente seus filhos? Não vi o presidente pegar sua moto e ir em um hospital dar um abraço numa mãe que perdeu seu filho. Vi mais que isso, vi um escândalo de corrupção na compra de vacinas, como se a vida pudesse custar U$$ 1”.
Datafolha em tempo real
Segundo a pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha com 60 eleitores indecisos em tempo real, a candidata que melhor se saiu no debate foi Simone Tebet. Os participantes foram divididos em três salas virtuais e responderam perguntas por meio de um aplicativo. Eles classificaram as respostas dos candidatos a perguntas propostas nos debate, em uma escala de péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.
A atuação de Tebet recebeu a melhor avaliação nos três blocos do evento. A candidata emedebista recebeu 43% dos votos, seguida de Ciro Gomes (PDT), com 23%. O petista Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro empataram na terceira posição, com 10%. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) recebeu 2% dos votos e Felipe D’Ávila (Novo), com 8%.
Para os eleitores, o pior desempenho foi de Bolsonaro, com 51% dos votos. Lula ocupou a segunda posição, com 21%, e Soraya, com 14%.
“Sua empregada doméstica viu o Brasil melhorar”
O ex-presidente disse, no debate, que os empregados domésticos da senadora Soraya Thronicke (União Brasil) “viram que o país melhorou” durante seu governo. “O senhor ficou no governo durante 14 anos e agora volta sem proposta”, disse a candidata. Ela também disse que Lula é corrupto confesso e que o “país que ele descreve só existe em propaganda eleitoral”.
“O seu motorista viu, o seu jardineiro viu, a sua empregada doméstica viu. A sua empregada doméstica viu este País melhorar, viu que ela podia almoçar e jantar todo dia, viu que o filho dela poderia entrar na universidade”, respondeu Lula.
“E assim vai voltar a ser. O pobre vai voltar a ser respeitado. Vai ter emprego efetivamente, com descanso semanal remunerado, com direito a férias. Não é possível que o trabalhador fique entregando comida e sentindo o cheiro de comida sem poder comer”, continuou.
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