Campanha de Bolsonaro admite eficácia de propaganda viral de Lula
Campanha de Bolsonaro sentiu: impacto de peça de Lula que viralizou foi medido pelos próprios membros da equipe do presidente, a partir da análise de pesquisas internas qualitativas. O incômodo foi tão grande que o time jurídico de Bolsonaro acionou o TSE para retirar imediatamente o vídeo do ar
Um vídeo específico tirou o sono de membros da equipe da campanha de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos dias. Apenas no perfil de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Instagram, a peça foi visualizada 10,1 milhões de vezes até a publicação desta matéria.
Especialistas em mídias sociais afirmam que, se considerarmos todos os replicadores de conteúdo da campanha petista em todas as plataformas online, a peça publicitária já ultrapassou a casa das 35 milhões de visualizações apenas na internet — sem considerar as inserções de TV e rádio, onde o vídeo também foi veiculado.
O vídeo retrata as atitudes do presidente da República no enfrentamento da pandemia e o acusa de despreparo e desumanidade. O impacto negativo foi medido pelos próprios membros da equipe de Jair Bolsonaro, a partir da análise de pesquisas qualitativas internas que captaram os ânimos do eleitorado.
Na peça que viralizou (assista abaixo), a cantora Thalma de Freitas apresenta a ‘verdade’ sobre Bolsonaro. Na inserção, Bolsonaro é chamado de “mau militar”, “deputado omisso” que só aprovou dois projetos, defensor da tortura, pregador de ódio e incompetente. “O Brasil não merece um presidente assim”.
O incômodo na campanha de Bolsonaro foi tão grande que fez o time jurídico acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar retirar imediatamente o vídeo do ar.
A VERDADE SOBRE BOLSONARO
REPASSEM! pic.twitter.com/tu89ExGBgz
— Bolsominions Arrependidos (Regreta p/ os íntimos) (@bolsoregrets) September 21, 2022
“A propaganda não enaltece, de nenhuma forma, a imagem de Lula, tampouco apresenta propostas de governo. Ao contrário, a peça ostenta unicamente caráter absolutamente deletério e ofensivo à honra de Jair Bolsonaro”, justificam os advogados da campanha de Jair Bolsonaro.
A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia, que tem defendido uma atuação minimalista do TSE nas questões de propaganda. Ela ainda não decidiu sobre o pedido.
Depois de um início de campanha pouco agressivo, em que só Lula era enaltecido e seu adversário não era atacado, o PT decidiu partir para a ofensiva após constatar, em suas próprias pesquisas internas, que os temas utilizados no vídeo viral eram os que tinham maior repercussão entre os eleitores indecisos.
A última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (22), aponta que Lula lidera as intenções de voto, com 47%, ante 33% de Bolsonaro – uma diferença de 14 pontos percentuais, mantendo viva a esperança petista de liquidar a disputa já no primeiro turno.
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