Quem é o médico que coagiu mulher a votar em Bolsonaro na sala de parto
Médico bolsonarista chegou a se referir a Roberto Jefferson como "herói" e "patriota" após ataque contra policiais federais. Allan Rendeiro acumula postagens polêmicas e tem a seguinte frase destacada em seu perfil: "Comprem armas e sejamos o maior exército do país"
O médico que constrangeu uma paciente grávida na sala de parto se chama Allan Rendeiro e atua na cidade de Belém (PA). O vídeo em que o profissional aparece coagindo a mulher e o marido dela a votarem em Jair Bolsonaro (PL) provocou indignação nas redes sociais.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA) informou que vai apurar a conduta de Allan. As imagens repugnantes foram gravadas pelo próprio médico. O profissional acompanhava os pais após o nascimento e começou a gravar. Ele começa mostrando o bebê afirmando. “Já nasci 22. Vou votar no Bolsonaro”.
Na sequência, ele mostra a mãe ainda na maca, após o procedimento cirúrgico, aparentemente sob efeito anestésico. “Essa aqui é a mamãe. Dia 30 ela vota?.…22, diga. Vou mandar para o Bolsonaro esse vídeo que ele está em uma live especial”. A mãe demonstra constrangimento e vira o rosto por duas vezes ao longo da filmagem e não responde nada.
No vídeo, ele ainda aborda o pai que usava uma camiseta vermelha, segundo o médico, como parte do traje exigido para a entrada na maternidade. Ele diz que não faria o restante do atendimento à mãe porque o pai teria dito ser eleitor de Lula.
“Eu vou começar a reclamar aqui no hospital. Para diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha. O doido não vem dizer que vai votar no Lula. Eu digo: ‘Rapaz tu quer que eu vá já embora e nem opere ela’”, diz.
Nas redes sociais, o médico se mostra um militante apaixonado de Jair Bolsonaro e compartilha diversas fake news comprovadas. Allan Rendeiro também saiu em defesa de Roberto Jefferson após o ex-deputado tentar matar policiais federais que foram prendê-lo em seu condomínio de luxo.
Após a repercussão das imagens, o médico deletou o vídeo. Apesar disso, o CRM informou que vai investigar. “O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará esclarece que efetivará todas as medidas legais previstas na Lei nº 3.268/57 e Resoluções do Conselho Federal de Medicina, a fim de apurar o fato”.
A Maternidade do Povo informou que o médico não é funcionário da unidade, mas que atende seus pacientes na maternidade. Disse ainda que não permite propaganda eleitoral por parte dos colaboradores e que havia tomado ciência do caso pelas redes sociais.