Estudantes são presos por integrar célula neonazista em Santa Catarina
Em uma das conversas interceptadas, estudantes de Santa Catarina falam: "Vamos matar 'm3ndigo' amanhã [...] todos os mend1gos n3gr0s nordest1nos deveriam ser fuz1lados"
A Polícia Civil deflagrou uma operação que resultou na prisão de um grupo de jovens em três cidades de Santa Catarina sob acusação de apologia ao nazismo. De acordo com a polícia, na casa dos universitários foram achados símbolos ligados ao nazismo, além de armas, munições e uma impressora 3D.
A investigação teve início em abril, quando um primeiro membro do grupo foi detido. Na ocasião, com ele foram encontradas bandeiras ligadas ao nazismo e em seu computador vídeos que mostram ações do grupo.
Após a prisão do jovem, a polícia iniciou uma investigação cibernética que encontrou vídeos que mostram os membros investigados quebrando uma televisão e, no centro da tela, estão coladas imagens que depreciam negros, judeus e nordestinos.
“O que a gente tem procurado são aqueles indivíduos que trazem maior perigo para a sociedade e se estruturam de uma forma mais organizada”, afirmou o delegado Arthur Lopes.
A Polícia informou que 4 estudantes universitários e um auxiliar de escritório faziam parte do grupo monitorado por meses nas redes sociais. No espaço virtual, eles publicavam vídeos e imagens com alusões nazistas e trocavam mensagens racistas e xenófobas. Em uma das publicações, eles falam em alemão, mostram uma bandeira nazista e disparam tiros.
Em outra conversa interceptada pela polícia, um dos membros do grupo fala: “Vamos matar ‘mendigo’ amanhã”, o colega responde: “Todos os mendigos negros nordestinos deveriam ser fuzilados”.
Um dos suspeitos foi detido na casa em que morava com a mãe e com as irmãs mais novas. Ele participava de um grupo nomeado “Aniversário do Fuher”, em homenagem a Adolf Hitler.
A polícia não revelou as identidades dos criminosos sob a justificativa de “não atrapalhar a apuração do caso”. Os investigadores informaram apenas as idades dos detidos e suas ocupações:
Um estudante de engenharia de agricultura de 24 anos;
Um estudante de engenharia automotiva, de 21 anos;
Um estudante de Letras, de 20 anos;
Um estudante de Direito, de 20 anos.
Um auxiliar de escritório, de 27 anos;
A lei 7.716/1989 diz que é crime “praticar, induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A pena é de reclusão de um mês a três anos e multa — ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meio de comunicação social.