Aposentado que tentou furar bloqueio bolsonarista permanece preso no ES
Tribunal mantém preso aposentado que furou bloqueio golpista no ES. Ele foi detido por um PM bolsonarista, sob acusação de tentativa de homicídio
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) adiou o julgamento do pedido de habeas corpus de Francisco Emmanuel Soares dos Santos, o Chico Linhares, de 65 anos, previsto para esta segunda-feira (21). O eletrotécnico aposentado, militante do PT, está preso há 16 dias por ter furado bloqueio de golpistas bolsonaristas em via pública. O caso ocorreu diante do Tiro de Guerra, no bairro Três Barras, em Linhares, litoral norte do estado.
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A análise do pedido de soltura ainda não tem nova data. Enquanto a Justiça não julgar o habeas corpus, Linhares permanecerá na Penitenciária Regional, no bairro Laguna. O deputado federal Helder Salomão e o senador Fabiano Contarato conversaram com membros do TJES e deveriam se reunir com o desembargador Eder Pontes.
Além de Contarato, militantes se reuniram na entrada do Tribunal de Justiça. O objetivo era reforçar a alegação do “cunho político” da prisão de Chico Linhares, acusado de tentativa de homicídio. O policial militar Rodrigo Bonadiman, mais conhecido como Cabo Bonadiman, efetuou a prisão. Militante bolsonarista conhecido, ele disputou eleição a deputado federal pelo PL.
“Prisão de Chico Linhares é política”
Segundo o PT capixaba, a prisão é política. “Criminosos impedindo o trânsito na cidade de Linhares, no norte do Espírito Santo, tentaram impedir o trabalhador (…) de se deslocar na cidade. Reconhecido como ‘petista’, foi perseguido e preso por uma autoridade que acoberta o movimento ilegal e criminoso. O motivo alegado foi a ‘tentativa de homicídio’. Sem provas, tendo como testemunhas os criminosos que cercaram seu carro. Trata-se de prisão eminentemente política”, diz trecho da nota.
O advogado de Chico Linhares, Renan Nogueira, disse ao portal Século Diário que a prisão é “arbitrária e resultante de atos antidemocráticos e inconstitucionais”. E que com bons antecedentes, o militante teve sua prisão baseada em testemunhos sem comprovação. “Sem provas nem exame de corpo de delito e sem ter o carro periciado – a suposta arma do suposto crime, que, inclusive, já foi liberada –, a prisão não se justifica”, disse.
Nogueira destacou que, ao furar o bloqueio, Chico Linhares danificou dois cones. E que em momento algum atingiu pessoas. “Ele parou o carro, voltou para conversar e, nesse momento, foi envolvido numa trama pelos bolsonaristas, que mantêm o ato inconstitucional e em desobediência à determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral.”
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