Oposição? Não, somos governo!
Covardia do Bolsonaro? O que a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho representa?
Daniel Rodrigues*
A infeliz frase do Jair Messias Bolsonaro, conhecida por todos, na sua posse em janeiro de 2018, “As minorias vão ter que se curvar às maiorias”, acabou indo por terra a partir de sua ação covarde de fugir do país. Covardia de abandonar os seus apoiadores extremistas, e toda nação brasileira, faltando exatamente, dois dias para posse do próximo presidente da República Federativa do Brasil — Luiz Inácio Lula da Silva.
Tal frase repugnante do Bolsonaro citada anteriormente, foi rebatida como um verdadeiro tapa na cara da seita bolsonarista quando o Lula subiu a rampa com um deficiente, uma negra, uma criança negra, um indígena, operários. São essas pessoas, as minorias que realmente de fato representam o Brasil, as camadas populares. E não as classes dominantes, donos do capital financeiro, os empresários, banqueiros, etc.
Ademais, a ausência do Bolsonaro, somando mais um ato antidemocrático, de não passar a faixa presidencial, contribuiu perfeitamente para uma das posses presidenciais mais lindas da história do país. Sendo também, um enorme panorama de inclusão social, um dos aspectos primordiais do governo Lula.
Vale a pena levar em consideração um fato curioso. O nome do ex-presidente Bolsonaro não foi mencionado em nenhum momento nos discursos realizados no dia da posse do Lula. É como se seu nome tivesse sido apagado da história, como se os quatro anos do seu governo exibissem o incompetente que ele foi. De nada a equipe de transição do Lula pôde aproveitar desse desgoverno pavoroso, no qual o povo teve que aguentar durante quatro anos.
O que se pode observar dos discursos do Lula em sua posse é que não haverá anistia para o Bolsonaro e toda sua equipe, isto é, todos eles serão investigados e a justiça tomará a frente de maneira democrática. A Folha de São Paulo publicou em 1° de Janeiro, “Lula ignora união nacional e ameaça caça às bruxas bolsonaristas”, atualizada logo depois para, “Lula propõe união nacional em seus termos e sugere caça às bruxas”, ou seja, com apenas quatro dias de mandato continua-se altas críticas ao atual governo. Críticas essas, que são absurdas e sem fundamento. Desde os últimos dias a mídia corporativa brasileira, veementemente, vem repreendendo a equipe de transição do novo governo, com matérias como “PEC da gastança, PEC do estouro, caça às bruxas bolsonaristas, elo com milicianos para atacar Bolsonaro…”.
No entanto, em seu discurso no dia 1° de Janeiro, Lula afirmou que o amor venceu o ódio, prevaleceu-se a democracia e que governará para os mais de 215 milhões de brasileiros. Porém, não existe rancor, não existe vingança mas prevalecerá a justiça, e todos os criminosos que fizeram parte do governo monstruoso, desastroso, desumano de Jair Bolsonaro, serão investigados e responsabilizados por todos os seus atos.
Essa posse serviu para representar o fim do discurso de ódio e a propagação de fake news. O governo Lula seguirá uma perspectiva de política social, voltada para o combate à fome, a miséria, a desigualdade, o racismo estrutural, a perseguição e genocídio aos povos indígenas, a misoginia e o feminicídio. Dessarte, qualquer ser humano que não se identifica como sendo racista/fascista, com toda certeza, aplaude essa política de bem-estar social. Quem deseja um país do futuro, um país progressista, um país melhor, dificilmente discorda das propostas difundidas nos discursos do Lula. Principalmente no segundo discurso, no qual ele falou bastante sobre os diversos âmbitos da desigualdade que assola o país, isto é, seu governo agirá em torno disso, dos mais necessitados.
É importante destacar, por fim, que os símbolos nacionais que estavam sendo apropriados pelos chamados “patriotas”, em específico, a grande massa da extrema direita, foram agora resgatados. A vitória do Lula proporcionou isso. Tornou-se possível resgatar a camisa do Brasil, a bandeira do Brasil, em que esta, pertence aos negros, índios, mulheres, mulatos, caboclos, cafuzos, lgbts, nordertinos, mineiros, cariocas, paulistas, dentre outros.
Portanto, Bolsonaro além de covarde, foi derrotado, e por sua vez, já esquecido!
*Daniel Rodrigues é graduando em licenciatura plena em História pela UEPB; Membro do Projeto de Pesquisa, “História Judaica”, e do Projeto de Pesquisa e Extensão, “Núcleo de História e Linguagens Contemporâneas”.
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