Luis Soares
Colunista
Palestina 28/Ago/2013 às 11:47 COMENTÁRIOS
Palestina

Ministra mais jovem do mundo tem apenas 16 anos

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 28 Ago, 2013 às 11h47

Palestina de 16 anos se torna ministra mais jovem do mundo. Bashaer Othman assumiu a Administração Local durante um dia; em 2012, foi prefeita por dois meses

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Bashaer Othman assumiu o cargo de Ministra por um dia (AFP)

Exatamente no mesmo dia em que completou 16 anos, uma palestina chamada Bashaer Othman se tornou a ministra mais jovem do mundo. Na última semana ela dirigiu a pasta de Administração Local da Cisjordânia, ainda que só por um dia, quando o ministro responsável, Ehab Besaisso, visitou seu povoado.

Bashaer já havia se tornado notícia um ano atrás, quando assumiu a prefeitura da cidade de Allar, de 9 mil habitantes, durante dois meses. À época, fotos suas usando um hijab (véu islâmico que cobre o cabelo mas deixa o rosto à mostra) sentada em uma grande mesa enquanto fazia telefonemas rodaram o mundo.

Segundo a menina, foi ela mesma quem fez a proposta ao ministro. “O Sr. Besaisso estava visitando a minha cidade e ele sabia que eu tinha sido prefeita. Propus-lhe a ideia e ele achou estupenda (…). Eu disse que estava interessada em que os jovens saibam que nada é impossível”, declarou ao jornal espanhol ABC. Ela acrescentou que, em comemoração ao Dia Internacional da Juventude (12/08), essa seria uma boa forma de “colocar os jovens na agenda política dos territórios palestinos”.

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A jovem desejava, mesmo que por um dia, tomar decisões por todos os palestinos e da Cisjordânia e dar voz aos jovens. Por isso, se propôs a criar um conselho para a juventude que tenha influência nas decisões políticas. Ela sonha que sua proposta tenha peso na política para uma melhoria na educação. Entretanto, ressalta que esse é seu objetivo atualmente, não para o futuro. “Nem sei o que quero estudar”, afirmou.

Outro propósito de seu curto “mandato” era enviar uma carta à ONU pedindo intervenção no caso do fechamento de um aterro sanitário na cidade de Al Bira. Segundo conta, os vizinhos não têm escolha: são obrigados a queimar o lixo na frente de suas casas.

“O Exército israelense fechou o aterro e agora as pessoas fazem fogueiras de lixo perto de onde vivem, com o consequente perigo à saúde e ao meio ambiente. É intolerável e eu gostaria de pedir à ONU para conversar com Israel para que reabram o aterro ou encontrem uma solução alternativa”, disse Bashaer, na quarta-feira (21).

Durante os dias em que foi prefeita de Allar, participando de um experimento de verão destinado a dar poder aos jovens, Bashaer cuidou de todos os assuntos relacionados à política municipal, desde supervisionar os funcionários a assinar os documentos oficiais, com exceção dos financeiros. Ela trabalhou com a supervisão do prefeito eleito, Shadid Sufian, e disse esperar que seu papel como autoridade encorajasse as mulheres a participar mais ativamente da política.

Opera Mundi

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