Michelle e Carlos Bolsonaro tinham viagens de lazer bancadas com cartão corporativo
Cartão corporativo da Presidência: Notas fiscais revelam viagens de lazer de Michelle, Carluxo e Jair Renan. Quebra de sigilo mostra que, apenas em um único mês, sete passeios da família Bolsonaro tiveram parte dos custos financiados com dinheiro público
Getulio Xavier, CartaCapital
Parte dos custos de viagens de lazer da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Carlos e Jair Renan, filhos de Jair Bolsonaro, foi bancada pelo cartão corporativo do ex-presidente da República. As informações foram reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira 24 e tem como base as notas fiscais obtidas após o fim da gestão do ex-capitão.
↗ Notas fiscais mostram farra gastronômica de Bolsonaro enquanto povo passava fome
Ao todo, o cartão corporativo de Bolsonaro custeou 16,2 mil reais da viagem de Michelle a São Miguel dos Milagres, rota turística no litoral nordestino. A verba, segundo a nota fiscal, foi usada para bancar uma equipe de servidores que acompanhou a ex-primeira-dama em Alagoas em abril de 2021.
A esposa do candidato derrotado nas urnas esteve ainda, naquele mesmo mês, em Presidente Prudente, Araçatuba, São José do Rio Preto e São Paulo. Ela também visitou Caldas Novas, em Goiás, onde se hospedou em um hotel de águas termais. Em todos os casos, foi acompanhada de servidores que tiveram a estadia custeada pelo cartão de Bolsonaro.
Leia também: Irmão de Michelle ganhou R$ 368 mil em cargos no governo Bolsonaro e estava no acampamento golpista
Ainda segundo a reportagem, as viagens de Carlos Bolsonaro e Jair Renan naquele mesmo mês também possuem gastos no cartão do ex-presidente. O vereador do Rio de Janeiro, mostra a nota, gastou 2,3 mil reais do cartão do pai para ser acompanhado por servidores em Brasília. Jair Renan, por sua vez, teve seus acompanhantes bancados com dinheiro público durante sua passagem por Resende, no Rio de Janeiro.
Os servidores, informam as notas fiscais, tinham a missão de fazer a segurança dos integrantes da família Bolsonaro durante suas viagens de lazer. Só em abril daquele ano, mostra o jornal, sete viagens da família Bolsonaro tiveram parte dos custos financiados com dinheiro público.
As notas foram obtidas pela agência Fiquem Sabendo por meio da Lei de Acesso à Informação. Como elas não se encontram digitalizadas, só 20% dos gastos do cartão do ex-presidente vieram à tona. O restante ainda precisa ser escaneado.
Além das viagens, as notas fiscais divulgadas nesta segunda-feira mostraram que Bolsonaro usou o cartão para comprar itens como picanha, filé mignon, camarão, além de doces como Nutella e brigadeiro. O cartão também custeou itens de festas como bolos, docinhos e até velas e chapéus usados em comemorações.
Saiba mais:
Família Bolsonaro comprou metade do seu patrimônio com dinheiro vivo
Promotor que investiga corrupção da família Bolsonaro foi a aniversário da advogada de Flávio
Jair Bolsonaro desviou dinheiro público para proveito pessoal, aponta nova denúncia
Patrimônio de Jair Bolsonaro tem evolução que chama a atenção
Há ainda notas fiscais que mostram que Bolsonaro comprava, de forma recorrente, Rivotril e remédio para gastrite com dinheiro público. As motociatas feitas pelo ex-capitão durante a campanha eleitoral, revelam os documentos, também tiveram o cartão como fonte dos recursos. Ao todo, os passeios de moto de Bolsonaro custaram em média 100 mil reais e envolviam 300 militares para acontecer.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… considere ajudar o Pragmatismo a continuar com o trabalho que realiza há 13 anos, alcançando milhões de pessoas. O nosso jornalismo sempre incomodou muita gente, mas as tentativas de silenciamento se tornaram maiores a partir da chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Por isso, nunca fez tanto sentido pedir o seu apoio. Qualquer contribuição é importante e ajuda a manter a equipe, a estrutura e a liberdade de expressão. Clique aqui e apoie!