Piloto que xingou nordestinos de "porcos, sujos e nojentos" é condenado a pagar R$ 25 mil e a ler livro
Piloto de avião que xingou povo nordestino de “relaxado, nojento, medíocre e escroto” é condenado a pagar R$ 25 mil e a ler livro sobre crimes de ódio; ele também precisou publicar uma nota de retratação
O piloto Eduardo Pfiffer assinou um acordo com o Ministério Público Federal em que terá de pagar R$ 25 mil para se livrar de um processo criminal após comentários xenofóbicos contra nordestinos.
O homem usou as redes sociais para chamar nordestinos de “porcos, nojentos, relaxados, medíocres e escrotos de tudo”. O episódio aconteceu em 2014, quando Eduardo trabalhava na Avianca, mas só agora foi solucionado.
Na época, o piloto de avião usou as redes sociais para reclamar do atendimento recebido em um restaurante de João Pessoa (PB), uma das capitais mais elogiadas por turistas no Brasil.
Eduardo esbravejou ao relatar que esperou mais de uma hora por um “prato simples” de peixe e, ao receber a comida, percebeu que o pedido veio errado. “Padrão porco, relaxado, medíocre”.
Ele disse também que o povo nordestino era “escroto” e que o lugar era “nojento” e que aquilo não era preconceito, mas opinião. Após a repercussão da publicação, ele foi demitido da Avianca.
Além da multa, o acordo que Eduardo fez com o Ministério Público prevê que ele leia o livro “Crimes de Ódio — diálogos entre a filosofia política e o direito”. Ele também precisou emitir uma nota de retratação.
A multa de R$ 25 mil será paga em parcelas a serem depositadas a partir de março de 2023. O dinheiro será destinado a uma entidade indicada pela Justiça Federal.
“Gostaria mais uma vez de pedir desculpas pelo meu comportamento e deixar claro que não há e nunca houve nenhuma intenção de magoar ou ofender diretamente ninguém de forma tão pesada quanto foi dito. Foi um momento de raiva e imaturidade de minha parte, e com muita infelicidade no uso errado das minhas palavras”, afirmou a nota do piloto.
Casos de xenofobia são enquadrados no crime de racismo. Se Eduardo fosse condenado, ele poderia ser preso por até três anos, com aumento de um terço da pena pelo fato do crime ter sido cometido na internet, onde o alcance é maior. Com o acordo, ele se livra de uma eventual prisão.