Redação Pragmatismo
Saúde 10/Fev/2023 às 08:08 COMENTÁRIOS
Saúde

Médicas que debocharam do sofrimento de crianças têm 24 anos e são recém-formadas; CRM apura o caso

Publicado em 10 Fev, 2023 às 08h08

Conselho Regional de Medicina determinou abertura de sindicância para apurar o caso. Beatriz e Sofia têm 24 anos, são recém-formadas e começaram a exercer a profissão no dia 5 de dezembro de 2022

médicas crianças
Beatriz Almeida e Sofia Rodrigues Gonçalves

Beatriz Almeida e Sofia Rodrigues Gonçalves são as duas médicas que debocharam dos gritos de crianças em um hospital na cidade de Maués, no interior do Amazonas. Elas foram exoneradas após as imagens viralizarem.

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM), Beatriz e Sofia têm 24 anos de idade e são recém-formadas. As duas receberam o registro profissional no dia 5 de dezembro de 2022. O documento é exigido para exercer a medicina.

Ainda segundo o CRM, o trabalho no Hospital Raimunda Francisca Dineli da Silva, em Maués, foi um dos primeiros das profissionais. O órgão determinou uma sindicância para apurar o caso. “O procedimento instaurado seguirá o disposto no Código de Processo Ético – Profissional (Resolução CFM nº 2.306/2022)”, afirmou o CRM.

Conforme a entidade, o processo de apuração vai seguir sob sigilo. “Informamos ainda que o Conselho de Medicina do Amazonas não compactua com este tipo de atitude e que trabalhamos diuturnamente em prol da ética e da boa medicina”, diz o conselho, em nota, sem informar se as médicas podem perder o registro.

No vídeo que viralizou, Beatriz e Sofia se perguntam quem vai fazer o atendimento de uma criança que estava desesperada e em sofrimento, e comparam os gritos dela a uma situação de ‘exorcismo’. De acordo com o hospital, a criança teria sido atingida por um raio.

“E aí, tu que vai suturar essas crianças gritando?”, questiona a médica que faz a gravação, dirigindo-se à colega. A outra, então, responde: “Isso mesmo, parece que estão sendo exorcizadas”. As duas começam a rir.

O episódio gerou indignação nas redes. “Precisamos de mais humanidade na formação médica. Um estágio obrigatório de 2 anos nos rincões do Brasil também seria útil”, escreveu Paulo. “O que está acontecendo com a medicina brasileira? Que geração de “médicos” é essa com tamanha mediocridade, desumanidade e crueldade?”, questionou Pati.

“Enquanto o funil de ingresso nas universidades privilegiar quem pode pagar cursinhos caríssimos, jovens sem empatia serão maioria entre jovens profissionais. Por isso e outras coisas defendo tanto as cotas”, observou Ana. “Esses são os ‘médicos’ que debocham dos cubanos”, lembrou mais um.

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