Naufrágio de barco com migrantes no Mar Mediterrâneo: mais de 60 mortos na costa italiana
Barco superlotado afundou ao bater em rochas; tragédia ocorre após aprovação de lei restringindo resgates de refugiados
Pelo menos 61 pessoas, incluindo um bebê, crianças e várias mulheres, morreram após o naufrágio de um barco de madeira que transportava imigrantes neste domingo (26/02), disseram autoridades italianas.
Segundo a agência de notícias AGI, a embarcação transportava excesso de peso e partiu-se em duas ao ser atingida por uma onda e bater contra rochas na costa do balneário de Steccato di Cutro, na província de Crotone, na Calábria, sudoeste da Itália.
Entre as vítimas está “um recém-nascido de poucos meses”, disse a agência, citando um bombeiro que participa dos esforços de resgate.
O mau tempo naquela parte do mar Mediterrâneo está dificultando os esforços de busca, tornando o campo de detritos maior. O número de mortos é provisório e provavelmente aumentará.
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Os bombeiros italianos confirmaram, por sua vez, que cerca de 80 migrantes foram resgatados com vida e que havia em torno de 120 passageiros no barco. Estariam a bordo pessoas do Irã, Paquistão, da Somália e do Afeganistão. De acordo com informações dos sobreviventes, entretanto, a embarcação estaria transportando entre 140 e 150 pessoas.
Autoridades italianas afirmaram à agência de notícias Reuters que o barco saiu há três ou quatro dias de Izmir, cidade do leste da Turquia.
Os três primeiros corpos apareceram na praia perto de Staccato di Cutro, por volta das 4h40, horário local, no domingo.
A repartição dos migrantes por gênero e idade que morreram deve ser divulgada em breve, disse à CNN o gabinete da prefeita de Crotone, Manuela Curra. Eles acrescentaram que o número de pessoas desaparecidas ainda não foi estabelecido.
Nova lei restringe resgates
Este novo naufrágio ocorre poucos dias após a aprovação no Parlamento italiano de polêmicas novas regras sobre o resgate de migrantes propostas pela coalizão de governo liderada pela extrema direita.
A primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido ultradireitista Irmãos da Itália, que possui raízes fascistas, chegou ao poder em outubro liderando uma coalizão, depois de prometer reduzir o número de migrantes que chegam ao país.
A nova lei exige que os navios humanitários realizem apenas um resgate por viagem ao mar, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo central, considerado a rota mais perigosa do mundo usada por migrantes.
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Devido à sua localização geográfica, a Itália é destino frequente de migrantes que saem do norte da África em direção à Europa. Cerca de 105 mil migrantes chegaram ao país no ano passado e mais de 13 mil chegadas já foram contabilizadas este ano.
Com DW e CNN
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