Em 100 dias de governo, Lula não recebeu nenhum pastor evangélico
Presidente Lula não recebeu nenhum pastor no Palácio do Planalto e também não se reuniu com representantes da Frente Parlamentar Evangélica nos 100 primeiros dias de governo
Os primeiros 100 dias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram marcados pela retomada de programas sociais que se destacaram nas gestões anteriores do PT. Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, entre outros, vieram já no início do atual mandato presidencial.
Nos primeiros 100 dias, Lula não recebeu oficialmente nenhum pastor evangélico no Palácio do Planalto, de acordo com a agenda oficial da presidência. Cumprindo uma agenda de trabalho intensa, com reuniões constantes com ministros e viagens internacionais para encontros com líderes de outros países, Lula ainda não se encontrou com nenhum representante de qualquer religião.
A atitude do presidente tem desagradado alguns líderes religiosos mais radicais, especialmente os que compõem a Frente Parlamentar Evangélica (FPE), que é formada por mais de 200 deputados e senadores.
Prioridades
A recomposição ministerial para os temas sociais foi a prioridade, seguindo o que havia prometido durante a campanha eleitoral. Foi devolvido à Cultura, por exemplo, o status de Ministério, assim como foi criada a pasta dos Povos Indígenas, sob comando da liderança entre os povos originários Sonia Guajajara.
Logo no primeiro mês de governo, Lula criou o Conselho de Participação Social. Trata-se de um símbolo para que todos os ministérios reativem a escuta da sociedade na elaboração de políticas públicas.
O reforço das políticas ambientais trouxe a retomada do Fundo da Amazônia como resultado mais rápido e evidente. Desmontado por Bolsonaro, trata-se de um programa de parcerias internacionais para monitoramento, prevenção e combate ao desmatamento daquele bioma. Sua supervisão está a cargo do agora nomeado ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, sob comando de Marina Silva.
Lula entregou as primeiras unidades do novo Minha Casa Minha Vida em fevereiro. O programa voltou a priorizar a chamada Faixa 1, destinada aos mais pobres, que havia sido extinta por Bolsonaro. Em três meses, foram entregues 5.021 unidades habitacionais. O cronograma prevê mais 7,1 mil até o fim de maio e outras 30 mil, ao longo de 2023.
Por sua vez, a retomada do Bolsa Família, maior programa social do país, envolveu negociações intensas do governo de transição com o Congresso desde a vitória nas urnas em novembro do ano passado. O resultado foi a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garantiu benefício mínimo de R$ 600 por família, além de um adicional de R$ 150 por criança, entre outros direitos.
Desde os primeiros dias, o governo também trabalha para corrigir abusos e irregularidades cometidas pelo governo de Jair Bolsonaro. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e da Assistência Social, o cadastro para o recebimento do auxílio foi adulterado de várias formas na gestão anterior. A suspeita é de tentativa de compra de votos.
As viagens internacionais também foram destaque nos 100 primeiros dias de governo Lula. O presidente brasileiro foi recebido por Joe Biden (EUA) e Xi Jinping (China), líderes das duas maiores potências globais.