Jornalista que revelou escândalo das joias de Bolsonaro é demitido do Estadão
Guinada do Estadão à extrema-direita está visível nos editoriais publicados pelo jornal desde o início do governo Lula. Imprensa tradicional brasileira dá sinais de que não aprendeu nada com o estrago dos anos de Bolsonaro
O jornalista André Borges usou o Twitter na última quinta-feira (27) para anunciar que foi demitido do Estadão. Ele foi o responsável pela recente reportagem que desnudou o escândalo das joias da família Bolsonaro.
“Depois de 8 anos de Estadão, deixo o jornal nesta quinta-feira. Como outros colegas, fui dispensado, sob alegação de que o jornal precisa fazer ajustes financeiros. Foi uma bela aventura. Desejo sucesso aos amigos que permanecem. Seguirei no Jornalismo. Novas aventuras virão”, declarou André.
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Foi por causa de André Borges que o Brasil descobriu que Jair Bolsonaro e Michelle tentaram se apossar ilegalmente das joias milionárias oferecidas ao governo brasileiro. A apuração é considerada, até agora, o maior furo jornalístico do ano.
André também se destacou por ser o autor de reportagens importantes na área ambiental, que denunciaram os níveis recordes de devastação das florestas brasileiras sob a gestão Bolsonaro.
O jornalista recebeu mensagens de solidariedade de colegas. “André, parabéns por teu trabalho. A terra é redonda, teu caráter é reto”, pontuou o também jornalista Antero Greco.
“Quem perde é o Estadão. Sua cobertura do tema ambiental foi essencial para a informação da sociedade nos últimos anos, sem contar todos os outros assuntos abordados em suas matérias. Logo você seguirá arrebentando por outras praças”, publicou outro.
“De bons profissionais eles querem distência. Parabéns pelo excelente trabalho, não vão faltar portas para um jornalista investigativo como você”, escreveu mais um.
Desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Estadão caminha a passos largos rumo à extrema-direita. Quase todos os editoriais publicados pelo jornal neste ano foram de críticas ao atual governo, com argumentos que demonstraram certa nostalgia em relação ao período de Jair Bolsonaro no poder.
Veja: