Autor de atentado em escola no Paraná disse que "sofria bullying" e agiu por "vingança"
Preso, ex-aluno da escola diz que abriu fogo para se vingar do período em que sofria bullying. "No pensamento dele, estaria retaliando aquele sofrimento [...] ele tinha 50 munições e 7 carregadores e objetivo era matar o máximo de pessoas possível", diz delegado. Polícia chegou na escola 3 minutos após 'botão do pânico' ser acionado. Homem que imobilizou autor do atentado desmente informação passada pelo governador Ratinho Jr sobre 'professor treinado'
O autor do atentado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), justificou que abriu fogo para se vingar dos tempos em que sofria bullying na instituição de ensino. As informações são da Polícia Civil, que disse que o atirador narra os fatos “com muita naturalidade e muita lucidez”.
“No pensamento dele, estaria retaliando aquele sofrimento”, disse o delegado Amarantino Ribeiro. “Ele tinha essa ideia na cabeça há quatro anos. Ele comprou o revólver com tempo considerável, há um mês e meio, e comprou a machadinha no dia 10 de junho”.
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O atirador de 21 anos utilizou um revólver calibre 38, comprado em Rolândia (PR), e entrou na escola com 50 munições e 7 carregadores, segundo o secretário de Segurança Pública do estado do Paraná, Hudson Teixeira. “O objetivo era entrar no colégio e matar o máximo de pessoas possível”.
Ao delegado, o ex-aluno informou ter sido diagnosticado com esquizofrenia e que passa por acompanhamento da Secretaria de Saúde de Rolândia, cidade vizinha onde mora. “Isso tudo vai ser averiguado, nomes dos profissionais, medicamentos. Ele alega que tem perturbações, vê pessoas e coisas e ouve vozes, são as palavras que ele utilizou”.
Homem desmente Ratinho Jr
O responsável por imobilizar o atirador chegou ao local após ouvir os tiros e se passou por policial para controlar a cena do crime. Joel de Oliveira trabalha em uma clínica próxima à escola.
“Entrei lá e me deparei com o rapaz lá no fundo, atirando na vidraça, virei no corredor e nos encontramos. Eu me identifiquei como polícia, falei ‘sou policial, para’. Consegui dominar ele lá, deitei no chão e segurou ele lá até o policial chegar”.
A informação de Joel desmente os dados inicialmente passados pelo governador do Paraná, Ratinho Jr., em entrevista coletiva após o ataque. Na ocasião, o político informou que o suspeito foi imobilizado por um professor treinado para situações do tipo.
A assessoria de imprensa do governador justificou que as informações fornecidas no momento da coletiva eram as que tinham sido passadas para Ratinho Jr. em caráter preliminar.
Botão do pânico
Segundo o secretário de Segurança, a Polícia Militar chegou na escola minutos após ser alertada pelo ‘botão do pânico’. Os Botões do Pânico foram instalados em abril deste ano em escolas estaduais pelo Governo do Paraná para como forma de prevenção a casos de violência nas escolas do estado.
A iniciativa surgiu após uma creche em Blumenau, Santa Catarina, ser alvo de um ataque. Na ocasião, quatro crianças morreram e cinco ficaram feridas.
Conforme o governo do estado, o Botão do Pânico pode ser acionado por meio do Registro de Classe Online, sistema utilizado pelos professores para controle e planejamento escolas.
A ferramenta é vinculada ao aplicativo 190, da Polícia Militar e, ao ser acionada, gera um atendimento de emergência ao local da vítima, baseado na localização do solicitante.
As vítimas
Karoline Verri Alves, de 17 anos, foi baleada e morreu no local. O namorado dela, de 16 anos, foi baleado na cabeça e foi socorrido com vida, mas morreu horas mais tarde. À polícia, o assassino afirmou que não conhecia as vítimas.
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