Redação Pragmatismo
Ciência 27/Jun/2023 às 19:51 COMENTÁRIOS
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Homem destrói pesquisa de 25 anos após se irritar com barulho em universidade

Publicado em 27 Jun, 2023 às 19h51

Zelador destruiu uma pesquisa de 25 anos após se irritar com som de equipamento do laboratório. O homem desligou o congelador que mantinha culturas de células e outras amostras para estudos. Todo o material armazenado há anos foi perdido e o prejuízo é calculado em R$ 6 milhões. A universidade não culpa o funcionário, por crer que a negligência foi da empresa terceirizada

Homem destrói pesquisa anos após irritar barulho Nova York
Instituto Politécnico Rensselaer

A professora K. V. Lakshmi temia que sua pesquisa potencialmente inovadora estivesse em perigo em setembro de 2020, quando um freezer superfrio no Instituto Politécnico Rensselaer em Troy, no Estado de Nova York, entrou em colapso. Mas ela e seu time tomaram medidas para proteger suas amostras até que uma equipe de reparos pudesse vir, uma semana depois.

Uma caixa fechada foi posicionada ao redor da tomada que fornece energia para o freezer. E uma placa foi colocada na porta em letras garrafais, notificando os zeladores de que eles não precisavam limpá-lo, dando instruções para qualquer incomodado pelos barulhos de bipes do congelador de como silenciá-lo e implorando para todos “POR FAVOR NÃO MOVA OU TIRE-O DA TOMADA”.

Quatro dias depois que o freezer começou a apitar, Lakshmi e seu time chegaram no laboratório para descobrir que alguém tinha tirado a máquina da tomada, destruindo décadas de materiais de trabalho avaliados aproximadamente em R$ 6 milhões, de acordo com um processo aberto recentemente.

Quase três anos depois, a universidade está processando Daigle Cleaning Systems, acusando a empresa de limpeza que havia sido contratada por negligência e violação de contrato. Em uma ação judicial movida no dia 16 de junho na Suprema Corte de Nova York no Condado de Rensselaer, o advogado representante da universidade, Michael Ginsberg, disse que Daigle falhou em treinar apropriadamente o zelador, que, depois de ouvir os “barulhos irritantes” do freezer, usou o disjuntor do laboratório para cortar a energia.

Funcionários da escola estão buscando pelo menos US$ 1 milhão, que estimam ser o custo de reproduzir a pesquisa de Lakshmi sobre a fotossíntese que tinha “o potencial de ser inovador” para a tecnologia solar.

“Uma grama de prevenção no treinamento dos funcionários teria levado a um caminho bem longe daqui”, Ginsberg disse ao Washington Post. Daigle não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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Em agosto de 2020, o Instituto Politécnico Rensselaer, uma das mais antigas escolas de engenharia no País, contratou a Daigle, com sede em Albany, para fornecer serviços de zeladoria para o semestre acadêmico que se estende até o final de novembro.

No dia 14 de setembro de 2020, um alarme soou no laboratório onde Lakshmi guardava sua pesquisa. A temperatura do freezer com uma cultura de células e amostras, que precisavam permanecer entre -82ºC a -78ºC para para evitar “danos catastróficos”, subiu para o limite superior.

Lakshmi determinou que as culturas de células e as amostras estariam bem, desde que a temperatura fosse mantida. Ela contatou o fabricante do freezer para agendar um serviço de emergência, mas por causa das restrições da pandemia, ninguém poderia consertá-lo até 21 de setembro. Lakshmi investigou várias causas possíveis para a mudança de temperatura questionando funcionários das instalações da universidade, que lhe disseram que a temperatura e o fluxo de ar no laboratório geralmente não colocavam em risco seus espécimes.

Para tentar assegurar que a eletricidade continuasse abastecendo o freezer, uma caixa com cadeado foi instalada em sua tomada, para prevenir que qualquer pessoa desplugasse. Uma placa foi colocada na porta, dizendo que o freezer estava sob manutenção e que não deveria ser movido ou desligado. A placa tinha instruções de como fazer com que o barulho do freezer parasse.

No dia 17 de setembro, um zelador da Daigle foi limpar o laboratório. Ao fazer isso, ele ouviu “alarmes irritantes” durante a noite. Enquanto trabalhava, ele supostamente desligou o disjuntor que fornecia eletricidade ao freezer, fazendo com que subisse a -25,6 graus negativos, muito acima do limite necessário para preservar os espécimes de Lakshmi.

No dia seguinte, a equipe de Lakshmi descobriu que o freezer estava desligado e a temperatura interna havia subido “ao ponto da destruição”. Apesar dos esforços para salvá-los, “a maioria dos espécimes foi comprometida, destruída e tornada irrecuperável, demolindo mais de 20 anos de pesquisa.

“Durante uma entrevista com os funcionários da universidade, o zelador admitiu que ouviu os alarmes, pensou que “disjuntores importantes foram desligados”, ficou preocupado e os ligou. Mas ele interpretou mal o painel e fez o oposto do que pretendia, alega o processo. “Ao final da entrevista, ele ainda parecia não acreditar que havia feito algo errado”, afirma o processo, “mas estava apenas tentando ajudar”.

Washington Post

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