Silêncio de Bolsonaro e Michelle em depoimento à Polícia Federal diz muita coisa
Bolsonaro e Michelle foram instruídos pelos advogados a se calarem no interrogatório à Polícia Federal, pois sabiam que os comparsas Mauro Cid e Wassef também estavam sendo interrogados ao mesmo tempo. Depoimento de Cid durou cerca de 10 horas. De acordo com a PF, uma organização criminosa agiu no Brasil nos últimos anos sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro decidiram, na noite de quarta-feira (30), que os dois ficariam em silêncio durante depoimento à Polícia Federal, ocorrido nesta quinta (31).
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A decisão foi tomada depois que a defesa do casal obteve informações de que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid depôs e fez confissões importantes à PF. Na segunda-feira (28), Cid passou dez horas na sede da PF, em Brasília, prestando depoimento.
Para minimizar danos, a defesa não quis se comprometer e decidiu combinar entre Bolsonaro, Michelle, o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara e o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que todos ficariam em silêncio.
Caso houvesse combinação de narrativas ou mentiras nos depoimentos de quinta, agentes da PF poderiam até mesmo dar voz de prisão aos integrantes da organização criminosa — incluindo Michelle e Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, uma organização criminosa agiu no Brasil nos últimos anos sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A PF afirma já ter provas suficientes de que este grupo que se deslocava no entorno do então mandatário atuou em várias frentes, que vão de ataques à democracia à obtenção de vantagens indevidas, por meio do aparato público, como a entrada ilegal de joias no país.
Colaboração do FBI
As diligências sobre a venda de joias e movimentações da família do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados nos Estados Unidos têm avançado no Federal Bureau of Investigation (FBI). A expectativa de integrantes da Polícia Federal é de que informações importantes sobre o caso cheguem ao Brasil nas próximas semanas, após autorização do Departamento de Justiça da Casa Branca.
As autoridades norte-americanas pediram que a PF informe quais informações deseja obter com prioridade. De acordo com fontes na corporação, até o momento nenhum documento sobre a investigação que corre em solo norte-americano chegou ao Brasil. Mas os investigadores do país se mostraram dispostos a colaborar, inclusive receber detalhes que podem colaborar com o andamento do caso por lá e repassar o que obtiveram no curso das ações, após a realização de algumas diligências.
Uma das suspeitas é de que Bolsonaro e seus aliados podem ter negociado imóveis em solo norte-americano entre o final do ano passado e o começo deste ano.
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