Mulher tenta defender sobrinha assediada por PM e é executada com 11 tiros
Jovem de 21 anos foi importunada sexualmente por policial de 35 anos em Alagoas. A tia da menina discutiu com o PM para tentar protegê-la e acabou assassinada com 11 tiros. Filho da vítima desabafa: “Eu só tinha a minha mãe na vida. Vou usar toda força que ela me deu”
Um soldado da Polícia Militar de Alagoas foi preso em flagrante na segunda-feira (9) após assassinar uma mulher em Maceió. Segundo testemunhas, o soldado Wellington Pereira da Silva, de 35 anos, se irritou em uma discussão com Rosineide da Costa Silva, de 53, que defendeu sua sobrinha, de 21 anos, importunada sexualmente pelo militar. A vítima foi executada a sangue frio, com 11 tiros.
O PM teria sido levado a uma festa na casa da vítima por um dos convidados. Ao chegar, teria manifestado interesse na jovem e começou a assediá-la.
“Em todo momento ele queria ficar comigo. Na hora que passei para o banheiro, ele puxou meu short, e eu falei coisa com ele. Quando voltei, minha tia já estava falando com ele, que ele me respeitasse e respeitasse a casa dela, que ele estava bêbado e não sabia beber”, relatou a jovem, em entrevista à TV Ponta Verde.
Ainda de acordo com a sobrinha, o policial, irritado, pediu que Rosineide repetisse o que havia dito. Ao fazê-lo, ela foi alvejada.
O delegado Thiago Prado, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, declarou não haver dúvida de que o PM foi o autor dos disparos. Após audiência de custódia na segunda-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva. Além de ser indiciado pelo assassinato, o militar é investigado por importunação sexual contra a sobrinha da vítima.
Em nota, a PM de Alagoas informou que um carro da corporação chegou a ir até o local e a levar a vítima até uma Unidade de Pronto Atendimento, onde ela morreu. A polícia confirmou ainda que o suspeito foi preso logo após o crime e apresentava “sinais visíveis de embriaguez.”
“Paralelamente ao processo judiciário, a PM, por meio de sua Corregedoria-Geral, irá realizar os procedimentos cabíveis rigorosos de acordo com o Regulamento de Disciplina da Polícia Militar de Alagoas, pois a nossa corporação não compactua com o desvio de conduta de nenhum dos seus membros”, detalhou a corporação.
Filho da vítima desabafa
O filho de Rosineide afirmou que a família ainda está em choque e tentando assimilar o assassinato. “Só quero que vocês nunca passem pelo que estou passando agora, porque eu só tinha a minha mãe. Agora não sei mais o que vou fazer. A ficha ainda não caiu, não sei o que estou pensando, o que está se passando na minha cabeça”.
“Minha mãe era uma pessoa simples, estava bebendo na porta de casa com os amigos. A sobrinha dela também estava lá. Minha mãe trabalhava muito e estava no seu dia de folga, se divertindo como sempre fez, sem incomodar ninguém […] Eu só estou conseguindo ser forte porque aprendi com ela. Não sei até onde conseguirei chegar, mas vou usar toda a força que ela sempre me deu”, disse o filho de Rosineide.
