Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 03/Set/2024 às 16:01 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Tenente-coronel se gabava por espancar ex-esposa: "Eu bato na chefe da Delegacia da Mulher"

Publicado em 03 Set, 2024 às 16h01

Delegada apanhava de cinto na frente do filho e era estuprada reiteradamente por tenente-coronel da PM. Enquanto batia na mulher, Carlos Eduardo Almeida Alves Oliveira demonstrava orgulho do que estava fazendo e zombava da posição dela como chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher. Juliana se sentia impotente por ser uma delegada que atuava na proteção de mulheres e que sofria as mesmas dores das vítimas que ela tentava proteger

Carlos Eduardo Almeida Alves Oliveira da Costa
Carlos Eduardo Almeida Alves Oliveira da Costa responde a processos em liberdade e há risco de que fique impune

A delegada Juliana Domingues revelou que sofreu uma rotina de agressões e estupros cometidos pelo então marido, o tenente-coronel Carlos Eduardo Almeida Alves Oliveira da Costa, desde o início do casamento em 2021. Em mensagens enviadas a uma amiga, Juliana detalhou os abusos, incluindo várias fotos das marcas das agressões. “Amiga, eu tô sendo estuprada direto. Eu tô um caco humano”, escreveu ela em 2022.

Carlos Eduardo, coordenador do Departamento de Segurança Institucional do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, responde na Justiça por estupro, injúria e violência psicológica contra Juliana. Segundo a delegada, ele zombava de sua posição na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), dizendo: “Você está vendo? Eu bato na delegada da Deam. E o que você vai fazer? Você vai fazer o quê? Você é uma reles delegada de interior. E eu trabalho com diversos desembargadores. Você acha o quê? A sua palavra contra mim é o quê?”.

Juliana relatou que, durante o casamento, era frequentemente agredida com cinto e estuprada. Apesar de ter vergonha por ser uma delegada que atuava na proteção de mulheres, ela decidiu romper o silêncio.

“Por muitas vezes eu apanhava de cinto. Por várias vezes ele também me fazia contar as cintadas. Uma vez ele me bateu na frente do meu filho, me deu um tapa no rosto”.

“Na época dos fatos, eu era delegada de Delegacia de Atendimento à Mulher. Eu já fui delegada de 3 unidades de Deams. Na época, eu era uma delegada de Deam. Então, isso me fez pensar muito. Antes, eu tinha vergonha, porque como que isso foi acontecer comigo? Eu sou uma delegada de Polícia. Eu trabalho com isso, e tudo isso aconteceu comigo”, desabafou.

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