Redação Pragmatismo
Eleições 2014 18/Mar/2014 às 19:15 COMENTÁRIOS
Eleições 2014

Eduardo Campos e Marina Silva são o velho se fingindo de novo

Publicado em 18 Mar, 2014 às 19h15

O Brasil precisa de novidade na política, mas Eduardo Campos e Marina Silva são o velho se fingindo de novo

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Marina Silva e Eduardo Campos (Arquivo)

Será que Marina e Eduardo Campos imaginam que vão conseguir alguma coisa com frases ocas destinadas a ganhar algum eco no noticiário?

As frases que ficam para as pessoas são aquelas que pertencem à categoria franciscana, por mais que Marina, Eduardo Campos – e Aécio também – se iludam com a repercussão de suas tolices grandiloquentes.

No final de semana, Marina e Campos capricharam. Marina afirmou que o governo Dilma é “a denúncia mais contundente do fracasso do sistema político”.

Campos foi para o campo das frutas, e disse que Dilma distribui cargos como quem distribui bananas, ou algo do gênero.

A quem eles querem comover, exceto editores ansiosos por declarações “bombásticas” contra Dilma?

Se os dois têm alguma pretensão, o combate real é no campo das ideias.

Francisco fez isso. Desde a primeira hora condenou o mal maior do mundo moderno, a desigualdade.

Alguém tem dúvida de que este é, ainda mais que no mundo, o maior mal brasileiro?

Então o que Marina e Eduardo Campos têm a dizer sobre isso? Ou eles temem descontentar a mídia se tocarem num ponto que é um anátema para ela?

Que proposta eles têm a respeito do sistema tributário, um dos pilares da desigualdade, como mostrou tão bem um levantamento da BBC na semana passada?

Ou Marina, amiga do Itaú, com um pendência bilionária na Receita, não pode falar nisso?

São os pobres, conforme o estudo da BBC (veja aqui), quem mais contribuem para as receitas públicas do Brasil.

O peso maior da arrecadação brasileira, e isso é uma barbaridade, repousa nos tributos indiretos, que não distingue ricos e pobres. Eis aí um fator poderoso de iniquidade.

Marina: o que você diz? Campos: e você? Aproveitemos a oportunidade e façamos a pergunta a mais um candidato: e você, Aécio?

Você, atiladamente, pode perguntar: e a Dilma, o que tem a dizer?

Resposta: nada. Lamentavelmente, nada. Nem nisso e nem em outros assuntos que deveriam estar na plataforma eleitoral dos candidatos, a regulamentação da mídia.

É uma pena, e isso mostra quanto tem sido limitado o voo do PT se você pensa em reformar, verdadeiramente, o Brasil e derrubar os muros que perpetuam privilégios e estimulam a desigualdade.

Agora: Dilma está no poder, e com boa vantagem das pesquisas. Mesmo sem uma plataforma que entusiasme, ela é ampla favorita.

O que desafia a compreensão é os que estão na rabeira não aproveitarem o vazio que Dilma deixa ao não adotar um discurso francamente anti-desigualdade, como o de Francisco. Em Nova York, para ficar num só caso, Bill de Blasio fez isso e se elegeu prefeito.

O Brasil precisa, desesperadamente, de um fato novo na política que livre a sociedade de coisas como as chantagens como a que neste exato momento o Blocão vem impondo ao governo.

Mas Marina e Campos são a pior combinação possível. São o velho se fingindo de novo.

Paulo Nogueira, DCM

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