8 de março na América Latina: as mulheres mais poderosas e as mais maltratadas
Atualmente, 40% da população latino-americana é governada por mulheres: Dilma Rousseff no Brasil, Cristina Kirchner na Argentina e Laura Chinchilla na Costa Rica, no entanto a região detém as maiores taxas de assassinato por violência doméstica
No dia internacional da Mulher, a América Latina é eleita o continente em que as mulheres conquistaram níveis mais espetaculares de participação política no mundo. Mas esse título também vem acompanhado de outra marca, nada vangloriosa. A região registra as maiores taxas de assassinatos por violência doméstica e as maiores taxas de gravidez na adolescência. A América Latina, que se gaba do sucesso econômico em plena crise mundial, maltrata suas mulheres.
Atualmente, 40% da população latino-americana é governada por mulheres: Dilma Rousseff no Brasil, Cristina Kirchner na Argentina e Laura Chinchilla na Costa Rica. Josefina Vázquez Mota é uma das favoritas para assumir a presidência do México. Se vencer as eleições em Julho, a porcentagem para 60%. E se assim for, o contraste será ainda maior. O México é um dos países em que é comum a perseguição, tortura e assassinato de mulheres por uma ‘questão de honra’.
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A explicação para tal desigualdade está longe de ser encontrada. Segundo Secretaria Geral Ibero-americana, os padrões sexistas da América Latina não são diferentes do resto do mundo. Mas o que pode estar por trás desse índice é a falta de educação. Mas segundo a União das Nações Sul-Americanas, esse quesito tem obtido progresso. Hoje, 53% dos estudantes universitários no continente são mulheres.
As mulheres no poder tem tratado com mais atenção a questão. No Chile, durante o mandato de Michelle Bachelet, conquistas sem precedentes foram obtidas, como o direito ao divórcio e a aprovação do uso da pílula do dia seguinte para reduzir o número de gravidez na adolescência.
Mas muito ainda precisa ser feito. A presidente Dilma também chegou a afirmar em uma entrevista à revista Marie Claire que o aborto deveria ser uma questão de saúde pública, porque muitas mulheres morrem no Brasil pela prática em circunstâncias precárias. Sua declaração causou polêmica entre os conservadores e evangélicos e até hoje o assunto é tema de represálias políticas. Na Nicarágua,de Daniel Ortega, o aborto não é permitido nem em caso de estupro.
(Informações do El País)