Redação Pragmatismo
Justiça 30/Abr/2014 às 10:49 COMENTÁRIOS
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A visita dos deputados a José Dirceu na Papuda

Publicado em 30 Abr, 2014 às 10h49

Em visita a José Dirceu no presídio da Papuda, deputados da Comissão de Direitos Humanos divergem sobre condições do ex-ministro. Dois oposicionistas enxergaram "regalias" no local, os demais não viram nada de anormal

Jean Wyllys (PSOL-RJ) diz que deputada cadeirante denunciou ‘regalia’ de Dirceu sem ter conseguido entrar na cela

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara visitaram o ex-ministro José Dirceu nesta terça-feira (29) no Complexo Penitenciário da Papuda. A comitiva foi organizada a partir de um requerimento do deputado Nilmário Miranda (PT-MG), que atendeu a pedido dos filhos de Dirceu, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) e Joana Saragoça. Eles fizeram um apelo para que a comissão verifique se há regalias ou se o regime a que Dirceu foi condenado no processo da Ação Penal 470 está sendo descumprido.

Dos cinco deputados que fizeram a visita, apenas um é governista, o deputado Nilmário Miranda. Os outros quatro são de partidos de oposição. Desses, dois enxergaram regalias na cela onde Dirceu está preso. Os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA) e Mara Gabrilli (PSDB-SP) apontaram que a cela do ex-ministro é maior do que a dos demais detentos, tem chuveiro quente, microondas e televisão.

Segundo Jordy, a direção do Centro de Internamento e Reeducação afirmou que Dirceu e os demais condenados no mensalão (dos quais atualmente só resta o ex-ministro) foram alocadas em um local onde funcionava uma cantina, que foi desalojada para recebê-los, e em uma cela maior que a dos demais detentos: a de Dirceu tem 23 m², enquanto as outras possuem 15 m².

“Eu pedi a informação ao diretor. A cela do Dirceu tem 23 m², as outras celas têm em média 15 m². Ele está sozinho na dele”, relatou Jordy. Ele afirma também que abriu o chuveiro da cela de Dirceu e constatou que havia água quente. “Existe sim um tratamento diferenciado”, afirmou a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Aos deputados, Dirceu falou sobre a rotina na Papuda, dedicada à leitura e a trabalho na biblioteca, e se queixou de não ter recebido autorização para trabalhar.

Também presentes à visita, os deputados Miranda, Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP) afirmaram não considerar haver regalias e disseram que outras celas têm TV de plasma, microondas e fogareiro. “A cela dele tem até infiltrações”, disse Erundina.

“Não há nada de diferente para ele na comida, nas visitas ou no uso do celular, que, nesse caso, é proibido”, disse Nilmário Miranda. “Não há possibilidade de ele usar celular, já que ele conversa com advogados e visitantes no parlatório. Não tem contato físico”, completou.

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal negou, por meio da assessoria, as regalias. Segundo o governo, a cela de Dirceu é padrão, todo preso com bom comportamento tem direito a TV e não há sistema de aquecimento de água na Papuda.

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