A percepção do americano Alexi Lalas sobre o Brasil da Copa
Alexi Lalas, ex-zagueiro carismático dos EUA desembarcou no Brasil para acompanhar a Copa e está fazendo uma espécie de “diário de viagem”. Confira, abaixo, algumas impressões do americano
Alexi Lalas marcou presença na Copa de 1994, nos EUA, menos pelo futebol e mais pela figura, com seu cabelo e longa barba ruivos e uma enorme força de vontade que mitigava o talento relativo.
Ex-zagueiro, o carismático Lalas tornou-se comentarista da ESPN — e virou, sem querer, símbolo do fla-flu estúpido em torno do Mundial no Brasil e da falsa questão entre torcer, fingir indiferença ou esperar uma catástrofe.
Ele está fazendo uma espécie de “diário de viagem”. Ao desembarcar no Galeão, postou no Twitter: “O aeroporto do Rio foi mais rápido e fácil que nos Estados Unidos. Aterrissamos, passamos pela alfândega e pegamos nossas malas em um total de 32 minutos”.
Com mil demônios, mas não era para dar tudo errado? O que cazzo aconteceu?
Logo depois, fez uma piada. E aí prometia surgir o personagem esperado: o gringo que chega ao país, se dá mal por causa da falta de infra-estrutura/corrupção/PT/ariranha/tudo isso que está aí e mostra como somos um lixo. “Dia 1 no Rio. Ainda não fui roubado nem tive meus órgãos internos colhidos”.
Foi criticado. Retratou-se: “Desculpe. Eu estava apenas tentando mostrar como as percepções nem sempre correspondem à realidade. E uma Copa do Mundo pode ajudar a mudar isto”.
Em seguida, mostrou o que viu.
“Há bares a cada 100m na Praia de Copacabana. Enquanto eu corro, eu posso vê-los brilhando como sirenes luminosas me guiando para casa”.
“Me desculpem por tantos posts. A Copa do Mundo me deixa empolgado. A Copa do Mundo no Brasil me deixa mais empolgado ainda”.
“O trânsito no Rio é como nos Estados Unidos, mas pensei que fosse mais bonito, rítmico e criativo”.
“Bonita corrida na praia de Copacabana. Muita gente, segurança visível e clima perfeito”.
Lalas, o americano tranquilo, vai curtir a Copa e torcer por seu time. Podia — por que não? — tecer comparações entre a organização do evento nos Estados Unidos e no Brasil. Foi preciso na seguinte observação: “Eu estava apenas tentando mostrar como as percepções nem sempre correspondem à realidade”.
É simples, mas Nelson Rodrigues estava certo quando disse que só os profetas enxergam o óbvio.
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Kiko Nogueira, DCM