Redação Pragmatismo
História 06/Jun/2014 às 18:28 COMENTÁRIOS
História

5 fatos sobre o desembarque da Normandia na 2ª Guerra

Publicado em 06 Jun, 2014 às 18h28

Nos 70 anos do "Dia D", conheça 5 fatos sobre o desembarque da Normandia na Segunda Guerra Mundial

normandia dia d
Em 6 de junho de 1944, 150 mil homens das tropas aliadas desembarcaram na Normandia; episódio ficou conhecido como “Dia D” (Arquivo)

“Os olhos do mundo estão sobre vocês”, disse o general Dwight Eisenhower aos soldados norte-americanos antes de partirem para a Segunda Guerra Mundial e colaborarem com os soviéticos para retomar a Europa ocidental das mãos de Hitler. A mensagem do comandante dos EUA era um incentivo às tropas que desembarcariam no dia 6 de junho de 1944 na praia francesa da Normandia. O desembarque, que completa hoje 70 anos, ficou conhecido como o “Dia D”.

Há 70 anos, as forças aliadas cruzaram o Canal da Mancha para chegar aos 35 quilômetros de costa na Normandia com mais de 150 mil homens e 30 mil veículos transportados por uma frota de 5 mil navios de guerra; do céu, seis regimentos com 13 mil paraquedistas saltaram de 800 aviões. Tratada internamente sob o codinome “Operação Netuno”, o desembarque representa a maior invasão militar marítima da história das guerras. Para além de ter sido um dia estratégico para pôr fim à Segunda Guerra, conheça cinco fatos sobre o “Dia D”.

1) BARRIGADA HISTÓRICA

A emissora norte-americana CBS noticiou a invasão francesa três dias antes. A barrigada — jargão jornalístico usado quando uma notícia com informações falsas é divulgada — durou apenas três minutos. Logo depois, a agência Associated Press acusou o erro e a CBS foi obrigada a interromper a programação de esportes e se retratar. Mas o estrago já havia sido feito. Poucos instantes foram o suficiente para fazer com que a notícia se espalhasse pelo país, chegando ao ponto de interromper uma partida de beisebol em Nova York.

2) UM MILAGRE PARA OS FÃS DE STAR TREK

O tenente James Doohan foi um dos oficiais que atuaram na invasão da costa francesa. No “Dia D”, tomou dois tiros: um na mão e um no peito. Por um milagre, o projétil foi interrompido por uma cigarrilha de prata, impedindo a morte do militar. O segundo disparo, entretanto, fez com que ele perdesse um dos dedos da mão. Anos mais tarde, Doohan ficaria amplamente conhecido pelos fãs de ficção científica como o ator que interpretou o personagem Scottie na série Star Trek.

3) AS “ONZE MAGNÍFICAS” DE ROBERT CAPA

O renomado fotojornalista Robert Capa estava no meio do segundo contingente militar que desembarcou na Normandia. Sob intenso fogo cruzado, Capa bateu vários rolos de filme. Do total de 106 poses, apenas 11 delas sobreviveram a um acidente de trabalho no laboratório fotográfico da revista Life, em Londres. O técnico encarregado pela revelação dos filmes, veterano no ofício, secou o material em uma temperatura alta demais. As imagens que sobraram ficaram conhecidas no meio como The Magnificent Eleven (“As 11 Magníficas”), e teriam inspirado o diretor Steven Spielberg para filmar o épico O resgate do soldado Ryan.

4) AGENTE INFILTRADO NOS NAZISTAS

O MI5, serviço secreto britânico, tinha um agente-duplo espanhol infiltrado entre os comandantes nazistas. Segundo relatos, Juan Pujol obteve grandes vantagens para as forças aliadas, conseguindo convencer os alemães de que o “Dia D” não seria no mês de junho. Suas habilidades como agente infiltrado, dissimulado e convincente, renderam a Pujol o condinome de “Garbo”, em referência à estrela de Hollywood — ele chegou a receber uma condecoração oficial do governo nazista pelos serviços prestados.

5) PASSAPORTE PARA UM VETERANO

As crianças da geração atual provavelmente serão as últimas a ouvir os testemunhos em primeira mão dos próprios veteranos de guerra, atividade comum nas escolas norte-americanas. Um desses ex-soldados, Sherwin Callander, tem 94 anos de idade e quase não conseguiu viajar à França, onde ocorrerão as cerimônias oficiais de comemoração do “Dia D”. Desde seu desembarque na Normandia, Callander não punha os pés no país. Assim, quando soube que as celebrações dos 70 anos do episódio seriam realizadas, logo pensou em comparecer. Apenas um problema: ele não tinha nem dinheiro nem passaporte norte-americano — embora tenha nascido no Canadá de uma mãe americana, vive desde os três anos de idade no estado do Alabama. Com a ajuda da neta, que criou uma campanha nas redes sociais, Callander atraiu a atenção da população e de políticos do país, que o ajudaram a realizar a viagem de sua vida.

Felipe Amorim, Opera Mundi

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