A charge que resumiu uma época
A charge do cartunista Laerte divulgada hoje é histórica e resume a canoa furada na qual os principais grupos de mídia do Brasil embarcaram antes da Copa
Uma charge do cartunista Laerte (acima), publicada nesta terça-feira 1º na Folha de S. Paulo, resume perfeitamente a onda de mau humor e críticas infundadas dos veículos de comunicação brasileiros em relação à Copa do Mundo.
“Não vai ter estádio”. “Não vai ter aeroporto”. “Não vai ter acesso”. “Caso tenha, isso era apenas uma crítica construtiva”. As frases estão estampadas em cartazes de manifestantes na arte de Laerte.
O cenário retratado pelo cartunista mostra exatamente o comportamento da imprensa antes da Copa e o que aconteceu após o início do evento. Reportagem da semana passada do Jornal Nacional, por exemplo, admitiu com todas as letras que “muitos problemas previstos não se confirmaram”. No entanto, o noticiário da Globo atribui à imprensa internacional as “críticas ácidas”, sem assumir parte no pessimismo.
Como bem resumiu o jornalista Ruy Castro no programa Redação SporTV, os jornalistas da imprensa nacional não deram “nem chance de que se pusesse as coisas em ordem” e fizeram “exigências absurdas”. “A nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes de o evento começar”, concluiu o o escritor.
Pesquisa realizada pelo portal Uol e divulgada nesta segunda-feira 30, aponta o efeito inverso das previsões obscuras dos noticiários: 38,5% dos jornalistas do mundo todo afirmam que essa é a melhor Copa do Mundo já realizada em todos os tempos (veja aqui).