Coronel Telhada vira herói em quadrinhos com dinheiro público
Com histórico violento, vereador Coronel Telhada vira herói em quadrinhos com dinheiro público. Sob seu comando, Polícia Militar acumulou 114 assassinatos cometidos nas periferias de SP
O vereador tucano de São Paulo Coronel Paulo Telhada, que foi chefe da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) de maio de 2009 até novembro de 2011, virou herói de revista em quadrinhos. Lançada pela editora Atreyu Studios, a publicação visa mostrar ao público infantil a vida de um policial militar. As tramas da HQ serão baseadas na vida do coronel antes de se tornar político e serão revisadas por pm’s.
Fortemente criticado por movimentos sociais e entidades de direitos humanos que combatem a violência policial, a vida do ex-chefe da Rota fora da ficção remete a um alto número de homicídios nas periferias de São Paulo. Sob seu comando, a corporação inflou o número de mortes em 63,16%, com 114 assassinatos cometidos.
Telhada é um conhecido linha-dura que se orgulha em sentenciar “bandidos” com morte (sob seu próprio julgamento) e tem 29 processos judiciais e militares arquivados.
Dinheiro público
Os custos de impressão da revista ficaram em R$ 49 mil e o valor foi pago à K9 Indústria Gráfica, segundo o portal “Transparência” da Câmara Municipal de São Paulo.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Telhada gastava, em média, R$ 307 por mês com impressão. Desde agosto de 2013, quando começaram as negociações sobre a HQ, o gasto aumentou para R$ 6.503 mensais.
Em entrevista ao site especializado Universo HQ, o vereador explicou que uma das inspirações foi o sucesso do personagem Capitão Nascimento, protagonista de Tropa de Elite e Tropa de Elite 2, de José Padilha.