Rappers índios sofrem racismo no Facebook e acionam MPF
O grupo indígena Brô MC’s, que ganhou fama ao fazer rap misturando os idiomas guarani e português, foi vítima de racismo por meio da mídia social Facebook. O Ministério Público Federal informou que investiga o caso e poderá instaurar um inquérito e posterior processo penal
Ministério Público Federal em Dourados investiga a ocorrência do crime de racismo contra um grupo indígena de rap no site de relacionamentos Facebook. O grupo Brô MC’s participou no último sábado (14) do programa TV Xuxa, da rede Globo. A representação encaminhada ao MPF reproduz a página do site, onde é possível ler comentários depreciativos sobre os indígenas. Como um em que a autora classifica a apresentação do grupo como um “lixo”, chama os músicos de “índios fedorentos” e utiliza palavras de baixo calão.
O MPF vai requisitar informações ao site para verificar a veracidade das mensagens. Se forem verídicas, poderá ser instaurado inquérito e posterior processo penal pelo crime de racismo, previsto pelo artigo 20 da Lei 7.716/89. A pena prevista para esse crime é de um a três anos de reclusão. Quando o crime é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, a pena passa a ser de dois a cinco anos de prisão e multa.
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A autora das mensagens e as pessoas que as reproduziram também poderão ser chamadas a depor e, em tese, responderão a ação penal por racismo.
Brô MC’s
Formado por quatro jovens da aldeia Jaguapiru Bororó em Dourados – sul de Mato Grosso do Sul – o Brô MC’s é o primeiro grupo indígena de rap do Brasil. Com letras cantadas em guarani, as músicas falam do cotidiano dos índios, do preconceito e da falta de visibilidade na sociedade. Os integrantes utilizam o rap como uma forma de protesto, além de ajudar a manter a cultura indígena viva. O grupo já se apresentou na posse da presidente Dilma Roussef e abriu um show de Milton Nascimento.
Resposta
A jovem acusada por racismo por alguns internautas, disse que momentos antes de serem postadas as conversas, ela havia utilizado um computador em uma lan house na vila São Pedro, onde ela não finalizou seu acesso do perfil na rede social, afirmando ter sido vitima de uma brincadeira de mau gosto.