Redação Pragmatismo
Especial 31/Jul/2014 às 08:45 COMENTÁRIOS
Especial

Conheça mulheres incríveis em 4 páginas do Facebook

Publicado em 31 Jul, 2014 às 08h45

Quatro páginas do Facebook para conhecer mulheres incríveis, que se esforçam para criar um mundo mais diverso e livre – para elas e para os homens

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Rafael Ciscati, Geledés e Época

Sinto desapontar quem chegou aqui achando que receberia dicas de cantadas ou links para páginas do Facebook de gosto duvidoso. Esta semana, voltou a bombar na minha timeline a página “Moça, você é maneira”. Existe já há tempos: a página está no ar desde fevereiro de 2013, com o objetivo (já diz a descrição) de “celebrar as mulheres em todas as suas formas, escolhas e feitos.” Quase diariamente são publicadas pequenas biografias de mulheres ilustres do passado ou do presente, que se destacaram em sua área de atuação. São mulheres cientistas (como a biofísica Rosalind Franklin), atrizes (Hedy Lamarr), atletas (Marta), cantoras (Elza Soares), primatologistas (Jane Goodall). Até a Palmirinha, a culinarista mais querida do Brasil, está lá. E com muito mérito.

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A página veio em boa hora: há poucas semanas, o Facebook divulgou um relatório de diversidade da empresa. Segundo seus dados, meros 31% do seu quadro global de funcionários são mulheres. Número semelhante se repete no Google (30%) e no Yahoo (37%), que divulgaram seus dados recentemente. A diversidade – de gênero, étnica e de experiências – dentro das empresas faz bem para os negócios, mas ainda é assunto delicado no mundo da tecnologia. Diante de números assim, é bacana lembrar que mulheres, em diferentes épocas, conquistaram espaços em carreiras tão distintas, em campos muitas vezes dominados por homens. Suas histórias servem de inspiração. E justamente inspirado pelo “Moça, você é maneira”, decidi reunir outras três páginas no Facebook para ficar de olho, com informações sobre mulheres que se esforçam para criar um mundo mais diverso e livre – para elas e para os homens.

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Quatro páginas do Facebook para conhecer mulheres incríveis (Edição: Pragmatismo Político)

1Moça, você é maneira.

A página que inspirou a lista está no ar desde o ano passado e foi curtida mais de 16 mil vezes. Em sua publicação mais recente, conta um pouco da história de Rosalind Franklin, a biofísica britânica que começou a carreira em uma época em que os trabalhos das mulheres no campo não eram reconhecidos. Vale conferir.

2Stealthy Freedom

A situação das mulheres no Irã e mais complexa do que pode parecer à primeira vista. Historicamente, a sociedade iraniana se orgulha de suas mulheres fortes – o passado persa ainda ecoa no imaginário do país, lembrando tempos em que as mulheres gozavam de autoridade nas decisões nacionais. Ainda hoje, as mulheres são maioria no ensino universitário e as iranianas podem dirigir e praticar esportes, coisas proibidas em outros países do Golfo Pérsico. Mesmo assim, pesam sobre elas diversas restrições. A mais conhecida é a da obrigatoriedade do uso do hijab, o véu, em público.

Na página My Stealthy Freedom (algo como Minha liberdade furtiva, em tradução livre) a jornalista iraniana baseada em Londres Masih Alinejad aborda a questão. Diariamente, a página recebe fotos de mulheres iranianas posando, em lugares públicos, sem o hijab. Sempre às escondidas. O ato parece simples, mas constitui uma contravenção – em casos recentes, mulheres iranianas foram parar na cadeia por aparecer sem véu em vídeos do youtube.

No mundo islâmico, é importante lembrar, os sentimentos em relação ao véu são distintos. Ele não necessariamente representa uma restrição imposta às mulheres. Para as iranianas do My Stealthy Freedom, no entanto, é um símbolo da liberdade de que não podem desfrutar – a não ser às escondidas.

3- A Beautiful Body Project

A fotógrafa americana Jade Beall entrou em depressão depois de seu filho nascer. Não que ela não gostasse da criança. O menino era lindo e saudável. Jade esperara por ele e o amava. Mas não estava feliz. Quando se olhava no espelho, Jade não reconhecia o próprio corpo. Ela engordara e sobravam marcas, resultados da gestação. Pra se recuperar, decidiu fazer aquilo em que encontrava mais prazer: fotografar. Jade trancou-se no estúdio e tirou uma foto nua. Publicou-a na internet crua, sem retoques. A intenção era compreender que aquele era seu corpo – o corpo de uma mulher normal, de uma mãe que acabara de dar à luz – e que ela era linda assim, sem retoques. A foto de Jade encorajou mulheres em todo o mundo a fazer o mesmo. Ao longo dos meses seguintes, diversas mães posaram para as lentes de Jade ou lhe enviaram suas fotos, mostrando a beleza dos corpos maternos. Com o material, Jade deu início ao Beautiful Body Project, um projeto fotográfico destinado a encontrar a beleza real: aquela que incluiu marcas e cicatrizes, aquela que se permite contar histórias deixadas na pele. Quem quiser pode acompanhá-lo pelo Facebook.

4- Lady’s Comics

Na semana passada, a Marvel Comics – a editora Americana que publica as histórias do X-Men, dos Vigadores e de mais uma centena de heróis – decidiu que um novo personagem deveria ocupar o posto de Thor, o rei do trovão. O Mjölnir será empunhado por uma mulher. Trata-se de uma mudança importante em um dos personagens mais antigos da casa.

Visto pela indústria como um universo voltado para leitores homens e jovens, o mundo dos quadrinhos se notabilizou pela falta de diversidade entre seus heróis. Apesar da variedade dos poderes, por baixo da máscara, a maioria se parece: são homens, brancos e heterossexuais. A Marvel dá mostras de querer forçar uma mudança estratégica: além da Thor, anunciou que o novo Capitão América será um homem negro. São todas mudanças muito bem vindas: é importante que diferentes grupos sejam representados nas ficções. E é importante que autores com origens e experiências diferentes encontrem espaço nessa indústria. É mais ou menos essa a discussão da Lady’s Comics, página no Facebook do blog de mesmo nome. Ali, fala-se sobre as “mulheres que estão presentes (ou já se foram) no universo da banda desenhada”. Ótimo para conhecer o trabalho de artistas brasileiras.

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