Mercosul condena oficialmente massacre de Israel em Gaza
Mercosul condena oficialmente massacre de Israel em Gaza. Apenas o Paraguai se isola ao não apoiar o repúdio contra a ofensiva israelense
Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela condenaram o uso desproporcional da força pelo Exército de Israel contra a Faixa de Gaza e ressaltaram a importância das investigações para identificar responsáveis por violações do Direito Internacional Humanitário. A declaração especial, emitida após a 46ª Cúpula do Mercosul (Mercado Comum do Sul) desta terça (29/07), em Caracas, não conta, no entanto, com a assinatura do Paraguai, que participa pela primeira vez de uma cúpula do bloco após ter sido suspenso do grupo em junho de 2012.
Os quatro países “condenaram de maneira enérgica o uso desproporcional da força por parte do Exército israelense na Faixa de Gaza, que afeta majoritariamente civis, incluindo crianças e mulheres”, além de condenar “qualquer tipo de ações violentas contra populações civis em Israel”. O fim imediato do bloqueio contra a população de Gaza para o livre trânsito, ingresso de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária também foi instada.
Os chefes de Estado fizeram um chamado ao diálogo como única saída do conflito e reiteraram seu apoio à “solução de dois Estados vivendo em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. Na declaração, ainda pedem respeito ao direito internacional e aos direitos humanos, ressaltando a “importância e urgência da investigação de todas as violações do Direito Internacional Humanitário a fim de estabelecer os fatos e circunstâncias de tais violações e dos crimes cometidos e identificar os responsáveis”.
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O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, no entanto, não mencionou o conflito em seu discurso, mas agradeceu efusivamente o apoio do Mercosul. Após a suspensão pelo impeachment express contra o ex-presidente Fernando Lugo, o país voltou hoje a participar de uma cúpula presidencial do bloco.
Chile e Peru chamam embaixadores em Israel
Assim como o Brasil, Peru e Chile chamam os embaixadores em Israel para consultas. Membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Chile tem a maior comunidade palestina fora do mundo árabe.
“Devido à gravidade da situação, e em coordenação com governos de outros países da região, nesta data (30/07) o Peru decidiu chamar para consulta seu embaixador em Israel”, disse o Ministério das Relações Exteriores peruano em comunicado.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Chile disse em nota oficial que “observa com grande preocupação e desalento” as operações militares de Israel em território palestino, que representam “um castigo coletivo” à população civil em Gaza e não respeitam “normas fundamentais do direito internacional humanitário”.
O Chile condenou o lançamento de foguetes por parte do Hamas contra alvos civis em Israel, mas especificou que “a escala e intensidade das operações israelenses em Gaza vulneram o princípio de proporcionalidade no uso da força”, um requisito “indispensável” para justificar a legítima defesa.
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Efe e Luciana Taddeo, Opera Mundi